Mais Médicos: entre municípios pequenos, Pará recebeu mais profissionais
Programa Mais Médicos fixa profissionais de saúde em locais de maior vulnerabilidade social ou de difícil acesso
atualizado
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O primeiro edital do novo programa Mais Médicos, relançado neste ano pelo governo federal, disponibilizou 5.970 vagas em 1.994 municípios de todas as regiões do país. A iniciativa leva profissionais de saúde para áreas de difícil fixação, com critérios como a situação de vulnerabilidade social, maior dependência do Sistema Único de Saúde (SUS) para o acesso da população à saúde e dificuldade de provimento de profissionais.
Levantamento feito pelo Metrópoles elencou as 30 cidades com menos de 200 mil habitantes que receberam mais vagas do programa neste primeiro edital. Nove cidades são do Pará, sendo oito classificadas como de “muito alta vulnerabilidade” e uma como “alta vulnerabilidade”. Juntos, os nove municípios paraenses receberam 118 das 346 vagas destinadas para as 30 cidades, o que equivale a 34%.
São eles:
- Portel (19 vagas)
- Viseu (16 vagas)
- Breves (15 vagas)
- Itupiranga (14 vagas)
- Afuá (12 vagas)
- Monte Alegre (11 vagas)
- Abaetetuba (11 vagas)
- Gurupá (11 vagas)
- Baião (10 vagas)
Entre eles, apenas Abaetetuba tem o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) maior que 0,6; o que reforça a vulnerabilidade dos municípios. O cálculo do IDH, que vai de 0 a 1, considera o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, a educação (por meio da taxa de analfabetismo e de matrícula) e a longevidade (por meio da expectativa de vida ao nascer).
Depois do Pará, o segundo estado com mais profissionais alocados no grupo é São Paulo, com 71 postos em seis municípios. São eles: Franco da Rocha (15 vagas), Ferraz de Vasconcelos (13 vagas), Francisco Morato (12 vagas), Itapecerica da Serra (12 vagas), Cosmópolis (10 vagas) e Campo Limpo Paulista (9 vagas).
Em seguida, o Rio Grande do Sul, que receberá 46 profissionais de saúde em quatro municípios. São eles: Bagé (13 vagas), Alegrete (12 vagas), Uruguaiana (11 vagas) e Taquara (10 vagas). O Amazonas vem logo atrás e receberá 40 médicos em quatro cidades: Benjamin Constant (11 vagas), Coari (11 vagas), Santa Isabel do Rio Negro (9 vagas) e Parintins (9 vagas).
Critérios
“Neste edital, 47% das vagas foram destinadas às regiões de alta vulnerabilidade social – 1.118 vagas aos municípios de extrema pobreza e 1.857 para contemplar a categoria alta e muito alta de vulnerabilidade. Outras 666 vagas (10,6%) estão indicadas para os municípios do G100, ou seja, aquelas cidades com mais de 100 mil habitantes e baixo rendimento per capita. Em relação aos municípios de média vulnerabilidade, o total é de 1.721 vagas, representando 27,5% do edital. As outras 14,3% serão vagas de reposição para os demais municípios”, explicou o Ministério da Saúde.
A avaliação do estado de vulnerabilidade de um município depende de critérios que tomam como base o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Quanto maior a pontuação, maior o incremento nas equipes que pode ser solicitado por meio do programa.
Até o fim do ano, a pasta prevê 15 mil vagas abertas no programa. Dos postos oferecidos neste primeiro edital, mil são inéditos na área da Amazônia Legal. Enquanto o Mais Médicos original contratava majoritariamente profissionais estrangeiros, principalmente cubanos, o programa repaginado prioriza médicos brasileiros formados no Brasil.