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Maceió desmente morte de criança associada à vacina contra a Covid

Menina de 9 anos, que aparece em mensagem falsa nas redes sociais, está na verdade internada com complicações da Covid-19

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Reprodução/Prefeitura de Maceió
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1 de 1 15_02_2022_13_39_30 - Foto: Reprodução/Prefeitura de Maceió

A Prefeitura de Maceió (AL) desmentiu, nesta terça-feira (15/2), a informação de que uma criança teria morrido após efeitos colaterais da vacina contra a Covid-19. O caso ganhou repercussão depois de ser divulgado no último domingo (13/2) por um perfil bolsonarista no Twitter que possui mais de 7 mil seguidores.

“A informação é falsa. A menina, de 9 anos de idade, encontra-se internada no Hospital da Mulher devido a complicações da Covid-19 e não da vacina”, diz nota da prefeitura da capital alagoana.

Veja:

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O retuíte foi desfeito minutos depois e a publicação original foi apagada
Informação não trazia nenhuma fonte
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Print mostra compartilhamento da mensagem pelo ministro Ciro Nogueira

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O retuíte foi desfeito minutos depois e a publicação original foi apagada

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Informação não trazia nenhuma fonte

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O Metrópoles entrou em contato com a prefeitura e as secretarias de Saúde estadual e municipal na segunda-feira (14/2), após a publicação ser compartilhada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. O auxiliar do presidente Jair Bolsonaro desfez o retuíte minutos depois.

A publicação trazia um vídeo do momento em que a criança foi vacinada, mas o texto que acompanhava o conteúdo alegava que a criança teria morrido em função da vacina, sem apresentar qualquer comprovação ou fonte. “Esta garotinha do vídeo, faleceu aqui em Maceió. Encefalite 3 dias após a vacina”, dizia a mensagem falsa.

A mensagem foi apagada ainda na segunda-feira pelo perfil que começou a difusão da informação errônea.

Entenda o caso

A prefeitura de Maceió informa que a garota que aparecia no vídeo é do município de Marechal Deodoro, que fica a 28 km da capital alagoana. Ela deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento Irmã Dulce no dia 9 de fevereiro e lá permanece internada.

“Com sinais e sintomas inespecíficos e em Estado Regular de saúde e que rapidamente o quadro de saúde evoluiu com rebaixamento do nível de consciência, o que motivou a transferência da paciente para unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital da Mulher, em Maceió”, disse a prefeitura de Marechal Deodoro.

A nota confirmou que a menina tomou a vacina no dia 5 de fevereiro, mas em nenhum momento a internação foi atribuída ao imunizante. Cabe ao município notificar qualquer suspeita de efeito adverso da vacina à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

Com o atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital da Mulher em Maceió, a menina foi diagnosticada com um acometimento pulmonar extenso, aproximadamente 75%, e hemorragia intraparenquimatosa gravíssima.

A Sesau explicou que a paciente foi infectada pelo novo coronavírus e que a Covid-19 foi a responsável pelos sintomas. “A paciente encontra-se hospitalizada desde o dia 9 deste mês decorrente do adoecimento pela Covid-19 e não em decorrência de ter sido vacinada contra o novo coronavírus”, esclareceu a Sesau.

Foram quatro dias entre o dia da vacinação e o momento em que a paciente foi levada ao atendimento médico. É possível que ela tenha sido infectada antes ou após a aplicação do imunizante.

A resposta imunológica com a vacina só tem início após 15 dias da aplicação, como explica o infectologista Renato Kfouri, presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria: “Se uma pessoa que tomou a vacina se infectar antes desse tempo, não quer dizer que a vacina falhou, mas que não deu tempo do sistema imunológico criar a resposta imune”.

Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), acrescenta que o sistema imunológico precisa de um tempo para criar a imunidade protetora, responsável por impedir a entrada do vírus na célula. “A maior quantidade de anticorpos é registrada um mês após o término da vacinação, com variações individuais”, explica a especialista em pneumopediatria.

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