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Ligar zika e microcefalia levará 4 meses, diz OMS

O prazo foi dado porque as mulheres grávidas no último trimestre de 2015 – quando foi registrado o aumento de casos no Brasil nas áreas afetadas – começarão a dar à luz por volta do mês de junho

atualizado

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Zika
1 de 1 Zika - Foto: Edmar Melo/JC Imagem/Agência Estado

O prazo foi dado porque as mulheres grávidas no último trimestre do ano passado – quando foi registrado o aumento de casos no Brasil nas áreas afetadas – começarão a dar à luz por volta do mês de junho, explicou o diretor para Emergências de Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Bruce Aylward.

“A evidência aumenta em termos de associação temporal e geográfica do vírus e das consequências que tememos”, disse Aylward em referência à microcefalia em recém­nascidos e à síndrome de Guillain-Barré.

Segundo o especialista, conforme o vírus vai sendo isolado nas pessoas infectadas, fica mais clara a ausência de outras causas que possam explicar tais doenças. “No entanto, não se descarta que zika possa ser um fator dessas patologias, mas não o único”, disse Aylward. Ele acrescentou que, nas atuais circunstâncias, o zika “é culpado até que se prove o contrário”.

Publicações científicas divulgaram recentemente as conclusões de diferentes pesquisas, incluindo algumas com base na necropsia de crianças com microcefalia e nos quais se encontrou o vírus no cérebro, mas Aylward esclareceu que “isso não demonstra a causalidade”.

A OMS divulgou também que, desde janeiro de 2007, um total de 41 países registraram transmissão local do vírus da zika. Dois novos países foram incluídos na lista: Aruba e Bonaire, ambos no Caribe.

Jogos Olímpicos
Aylward ainda considera que o surto de zika não oferece risco à Rio-2016. “Isso porque os Jogos vão ocorrer no inverno, quando a incidência do mosquito é menor. Teremos uma boa Olimpíada.”

Pneu com ‘Aedes’ provoca surto triplo em Guaíra
As doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti já atingem as pequenas cidades nos confins do interior paulista. Dos dez municípios com as menores populações, sete tiveram casos de dengue em janeiro deste ano. A maior incidência atingiu Vitória Brasil, com 1.815 habitantes, que teve 12 notificações e confirmou três casos. A doença chegou ainda a cinco cidadezinhas que nunca haviam anotado casos, como Bonsucesso de Itararé – três registros em janeiro.

Fora dos grandes centros, municípios com menos de 50 mil habitantes enfrentam, além da epidemia de dengue, casos de chikungunya e zika. Em Guaíra, no norte do Estado, que está no topo da lista, os 39,8 mil moradores convivem com as três doenças.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, em janeiro foram notificados 1.317 casos de dengue – dos quais 610 positivos, 204 negativos e 503 aguardando resultados. Três pessoas morreram com sintomas da doença – um caso foi descartado e dois estão em investigação.

A cidade teve ainda quatro casos de chikungunya e investiga um caso de zika. A paciente é uma mulher de 54 anos. De acordo com a secretária Jussara Soler de Queiroz, foi feito o bloqueio na área da residência e não surgiram novas suspeitas.

Basta caminhar pelas ruas para encontrar pessoas doentes. O microempresário Carlos César Felix de Castro, 36 anos, conta que o exame para dengue deu negativo e a suspeita passou a ser de zika ou chikungunya. Com febre e manchas vermelhas no corpo, ele teve de adiar uma cirurgia bariátrica. “Faz dez dias que estou ruim.”

Na casa da comerciante Clarice Valim Pereira Faria, de 58 anos, o marido, dois filhos e dois netos tiveram dengue. “Eu e meu marido pegamos juntos, parecia que nós íamos morrer.” Foram 15 dias de sofrimento. “Onde vou, levo essa bomba com inseticida”, conta.

No pronto atendimento da prefeitura, doentes fazem fila. O tratorista Luis Carlos Fernandes, de 21 anos, estava na lavoura quando passou mal. “Era febre, dor de cabeça e no corpo, vômito e os olhos ardendo.” Ele foi direto para a sala de hidratação.

Em 2015, Guaíra teve 2.148 notificações de dengue – 1.446 confirmados. A prefeitura decretou emergência. Os moradores apontam um vilão para a proliferação do Aedes: os pneus usados. A cidade, considerada “capital do pneu agrícola”, tem 20 empresas de reforma e recauchutagem de pneus para tratores. O coordenador da Vigilância Epidemiológica, Maurício da Silva, conta que o Aedes veio à cidade com pneus trazidos do Rio em 2001.

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