Justiça manda SUS pagar tratamento de menina com leucemia nos EUA
Tratamento milionário da leucemia linfoide aguda não existe no Brasil. Família arrecadou doações para custear parte das despesas
atualizado
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A Justiça Federal na Bahia concedeu liminar para que o Sistema Único de Saúde (SUS) pague o tratamento, nos EUA, para Yasmim Bastos Nunes, menina de 11 anos que luta contra uma leucemia linfoide aguda (LLA), um tipo de câncer raro que atinge a medula óssea e o sistema imunológico.
Após ação movida pela Defensoria Pública da União (DPU) para que o poder público arcasse com os custos, a juíza federal Andreia Guimarães do Nascimento, da 3° Vara Federal Cível de Feira de Santana (BA), determinou que o governo federal pague a terapia de Car-T Cell, disponível apenas na Europa e nos Estados Unidos.
O financiamento do SUS ao tratamento será parcial: R$ 1.914.535,77. Isso porque a família arrecadou com doações a quantia de R$ 2,3 milhões. O valor total das despesas será de R$ 3,5 milhões, podendo chegar a R$ 5 mi a depender da variação do dólar.
“A gente tem de esperar os próximos 15 dias, que é o prazo que a União tem para fazer o depósito do valor”, informou Nelson Nunes, pai de Yasmim, ao UOL. A decisão cabe recurso.
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Moradora de Feira de Santana (BA), Yasmim foi diagnosticada com leucemia aos seis anos e faz quimioterapia há cinco anos. Até mesmo um transplante de medula foi feito sem sucesso. Atualmente, ela está em estado frágil de saúde, internada em Salvador (BA), de onde publica vídeos sobre a doença e sua gravidade, além de pedir ajuda para poder realizar o tratamento.
Por se tratar de um câncer raro, a família acredita que o tratamento é indispensável, uma vez que outras medidas até então recomendadas não curaram Yasmim.
A terapia com células T é uma técnica nova e promissora. Os médicos retiraram células de defesa do corpo do paciente e as “reprogramaram” no laboratório com um vírus para que elas sejam capazes de identificar as células tumorais e agir sobre elas.
No tratamento, está incluída ainda uma etapa em que o sistema imunológico dos pacientes é “derrubado” para que as células reprogramadas com o vírus possam atuar.
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(*) Allan Ricardo é estagiário do Programa Mentor e está sob supervisão da editora Maria Eugênia