Ipea revela que planos de saúde individuais subiram 382% em 18 anos
Em nota, o instituto ressalta que o aumento registrado foi muito maior do que a inflação da área da saúde no período, de 180%
atualizado
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Os planos de saúde no Brasil têm um impacto considerável no bolso do consumidor. Atualmente, pesam mais do que há 18 anos, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os preços dos planos individuais subiram 382% no período, bem acima da inflação geral, que ficou em 208%.
Segundo o estudo, a diferença é ainda maior em relação à inflação da saúde no período, que ficou em 180% – excluídos os reajustes de planos de saúde e cuidados pessoais.
“Em razão do aumento do desemprego e da queda da renda, nos últimos quatro anos, mais de 3 milhões de pessoas deixaram de ter planos de assistência médica”, diz o órgão em nota.
O levantamento aponta ainda que os preços dos planos de saúde subiram bastante acima da renda média dos trabalhadores no mesmo período.
O gráfico abaixo mostra a alteração:
A maior alta, de 230%, foi registrada em serviços médicos e dentários, seguida por produtos farmacêuticos e óticos (165%) e serviços laboratoriais e hospitalares (159%).
“Cabe destacar que o crescimento médio anual dos preços dos planos de saúde (8,71%) foi maior que o dos serviços médicos e dentários (6,45%), dos produtos farmacêuticos e óticos (4,93%) e dos serviços laboratoriais e hospitalares (4,50%)”, completa a nota.
ANS
Em nota, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) disse que considera inadequadas as comparações feitas entre o índice de reajuste dos planos de saúde individuais e índices de preços ao consumidor.
Confira a nota na íntegra:
“Conforme ocorre em outros países, os preços dos serviços de saúde tendem a crescer acima da média dos demais preços da economia. Além disso, as despesas com assistência à saúde variam tanto em razão de alterações no preço dos procedimentos (consultas, exames e internações) como em razão de alterações na quantidade e tipos de serviços utilizados. Sendo assim, se entre um período e outro há aumento na realização de exames mais complexos, naturalmente haverá aumento nas despesas assistenciais.”