Governo confirma 20 mortes por febre amarela no país desde julho
Todos os casos são do tipo silvestre da doença. O número representa 57,14% das confirmações de infecção até o último domingo (14/1)
atualizado
Compartilhar notícia
O Ministério da Saúde confirmou, nesta terça-feira (16/1), 20 mortes por febre amarela no Brasil desde julho do ano passado. O número representa 57,14% dos casos confirmados de infecção até o último domingo (14). Outros 145 estão sendo investigados atualmente, em todo o país. As informações foram repassadas à pasta pelas secretarias estaduais de saúde.
Todos os casos confirmados até agora, com exceção do único no Distrito Federal, são da Região Sudeste. O estado de São Paulo soma 20, seguido de Minas Gerais (11) e Rio de Janeiro (3). Apenas seis deles foram confirmados em 2018. Dos óbitos, três ocorreram neste ano.
Com os números crescendo em São Paulo, o ministério afirmou que vai continuar a estratégia de fracionamento da dose da vacina no estado, assim como no Rio e na Bahia.
“A estratégia está em absoluta consonância com as recomendações da OMS para as áreas populosas com risco de expansão da doença”, disse Antônio Carlos Nardi, secretário-executivo da pasta. “O ministério, portanto, mantém também a estratégia adotada para o estado de São Paulo”, afirmou.O Ministério da Saúde repassou, na quinta-feira da semana passada, um pedido à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas): 20 milhões de seringas para vacinação. O material não tem previsão de chegada. O secretário-executivo diz que o Brasil tem hoje seringas suficientes para vacinar 20 milhões de pessoas, com as doses fracionadas.
Nardi comentou ainda o alerta emitido pela Organização Mundial da Saúde, nesta terça-feira, de que todos os turistas com previsão de chegada a São Paulo tomem a vacina contra a febre amarela. Ele disse haver um “excesso de zelo” da OMS e que a escolha das áreas de campanha foram feitas de acordo com um mapeamento epidemiológico das regiões.
Sobre a oferta de vacinas, de acordo com o ministro interino, o Brasil possui hoje doses suficientes para cobrir toda a população a ser vacinada, tanto para quem deve receber a dose original – como é o caso dos habitantes do DF – quanto para os que receberão a fracionada. Ele também reforçou não haver necessidade de uma campanha nacional de vacinação.
Sem surto
Nardi não quis ainda taxar a situação do país como “surto” da doença. “Há um aumento da incidência de casos”, sublinhou.
De 1/7/2017 a 14/1/2018, foram notificados 470 casos da doença, 223 deles na Região Sudeste, e 290 foram descartados. Além dos 35 confirmados, 145 seguem sob investigação.
No ano passado, o governo distribuiu 45 milhões de doses da vacina a todos os estados. Só no mês de janeiro deste ano, já foram 8,8 milhões.