Fiocruz faz parceria com GSK para produzir medicamentos contra HIV
A parceria é chamada Aliança Estratégica de longo prazo e objetiva o desenvolvimento e a produção de antirretrovirais no Brasil
atualizado
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O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai adquirir novas tecnologias e aumentar a produção de medicamentos destinados ao tratamento de quem vive com HIV. A Fiocruz, a farmacêutica britânica GSK e a ViiV Healthcare, especializada em tratamento para HIV, fizeram uma parceria chamada Aliança Estratégica de longo prazo, para o desenvolvimento e a produção de antirretrovirais no Brasil.
A Aliança Estratégica tem várias fases. Após a assinatura do contrato, o produto será submetido a registro em nome de Farmanguinhos.
Nos dois anos iniciais, o Instituto recebe o produto produzido pelo parceiro e entrega para o Ministério da Saúde. Enquanto isso, ocorre a transferência da tecnologia com a internacionalização da parte de controle de qualidade do medicamento.
A transferência de tecnologia e conhcimento para Farmanguinhos será feita pela ViiV Healthcare, que é a detentora da propriedade intelectual.
“Depois vêm as fases pós-piloto da produção até conseguir internalizar todo o processo dentro da unidade [Farmaguinhos]. Toda a recepção da tecnologia vai ser recebida aqui e, futuramente, totalmente produzida aqui. Só no início que não e por isso a gente caracteriza como transferência de tecnologia”, explicou o diretor do Instituto de Tecnologia em Fármacos, Jorge Mendonça, em entrevista à Agência Brasil.
Após as etapas, o resultado vai ser a fabricação local de uma combinação de Dolutegravir 50 mg e Lamivudina 300 mg em dose única diária. O Dolutegravir 50mg é considerado um dos mais modernos antirretrovirais utilizado atualmente no tratamento de HIV no mundo.
No SUS
O medicamento começou a ser usado no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2016 e é distribuído a mais de 300 mil pacientes. Esse número representa cerca de metade das pessoas em tratamento contra o HIV atendidas pelo SUS.
Para o diretor, ao longo da história Farmanguinhos vem contribuindo de maneira muito propositiva com o Programa de Aids do Ministério da Saúde.
Na visão dele, com a internacionalização da tecnologia do Dolutegravir em combinação com Lamivudina, o Instituto passa a oferecer ao ministério os principais e mais modernos medicamentos no tratamento de HIV, além de reforçar a produção.
“Ganha um reforço importante e a população brasileira também, porque a gente vai trazer um medicamento moderno, vai gerar emprego e renda no país e vai disponibilizar para a população um arsenal de medicamentos extremamente modernos e com menos efeitos colaterais para os pacientes”, observou.