Fiocruz e Senai testam tecidos até 99% eficazes contra o coronavírus
Até o momento, 10 empresas já foram avaliadas. A pesquisa começou em fevereiro e deve ir até dezembro deste ano
atualizado
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Tecidos capazes de filtrar até 99% das partículas virais do novo coronavírus, transmissor da Covid-19, são testados por pesquisadores do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Caso seja confirmada a eficácia, máscaras poderão ser produzidas com maior proteção contra a doença. O uso do equipamento é um dos mais importantes na prevenção de casos, mesmo após a vacinação.
Os pesquisadores avaliam a eficácia de tecidos antivirais em relação à transmissão do novo coronavírus e outras doenças respiratórias, como sarampo, influenza (gripe) e rubéola. Até o momento, 10 empresas já foram analisadas.
“Por meio da inovação e da tecnologia, a indústria têxtil tem investido em alternativas para o enfrentamento da doença com a produção de tecidos capazes de reduzir a carga viral de transmissão do vírus”, diz o Senai. A pesquisa começou em fevereiro e deve ir até dezembro deste ano.
Com a análise desses tecidos, malhas, fibras, é possível desenvolver novas formulações, que, se forem aprovadas, podem permitir a criação de uma linha de produtos para diversos setores da indústria, como a produção de máscaras, jalecos e uniformes.
Empresas de saúde que já possuem tecidos antivirais também podem participar do experimento. As companhias que quiserem enviar o material produzido para a análise, receberão orientações e tecnologia com o intuito de melhorar os tecidos.
Inovação
“Nós observamos o surgimento de novas variantes da cepa e sabemos que o vírus sofre novas mutações o tempo todo. O tecido é mais um meio de se proteger. Logicamente, uma coisa não subtrai a outra e além da vacina, estes têxteis se transformam em mais uma arma para lutarmos contra esse vírus”, frisa Raphael Bergamini, pesquisador do Senai.
Para o vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico da Bio-Manguinhos, Sotiris Missailidis, o momento é histórico para a Fiocruz.
“No começo, com financiamento do Ssenai, era um projeto de pesquisa. Atraiu atenção e deu a possibilidade de virar uma prestação de serviços, com o apoio do Senai, para usar a infraestrutura e conhecimento dos profissionais da Bio-Manguinhos no crescimento, inativação e neutralização de vírus. Além da testagem de materiais oriundos de parceiros da indústria têxtil, que tradicionalmente não teriam esta capacidade”, comemora.