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“Estamos na vanguarda”, diz Pazuello sobre vacinação contra a Covid-19

Ministro da Saúde participa de sessão plenária no Senado Federal para discutir o Plano Nacional de Imunização contra o novo coronavírus

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1 de 1 ministro saude eduardo pazuello coletiva 3 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira (17/12) que o Brasil não está atrasado no comparativo com outros países, no que se refere à vacinação contra o novo coronavírus. Em sessão semipresencial no Senado Federal para explicar o Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19, o chefe da pasta declarou que o país “está na vanguarda”.

“Nós fechamos com todas as empresas que nos procuraram e estamos abertos a todos os laboratórios. É preciso compreender o que está acontecendo lá fora, no mundo. Nós estamos na vanguarda, não estamos atrasados”, anunciou o titular da Saúde aos senadores.

Pazuello disse que a assinatura do termo de consentimento para quem aceitar se vacinar com imunizantes ainda sem registro no país “não é uma invenção do governo brasileiro”.

“O termo de consentimento é para antes do registro, antes da comprovação da eficácia. A federação russa está vacinando sem a fase 3 [das pesquisas] e isso é uma decisão de Estado, que nós não tomaremos no Brasil”, explicou.

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“Números precisam ser ditos: são 20 mil vacinados por dia [na Inglaterra e nos Estados Unidos], não são dois milhões. É interessante fazer [a vacinação], mas precisa entender que autorização emergencial não é o registro. É feito para um grupo restrito e voluntário”, completou.

O ministro também rebateu as acusações de que o governo teria demorado para fechar a compra de doses da farmacêutica Pfizer. O chefe da pasta culpou discordâncias entre o governo brasileiro e os termos impostos pela empresa desenvolvedora de vacina contra Covid-19 com 95% de eficácia comprovada.

“Vinte a 25 dias atrás, disseram que seriam 500 mil doses em janeiro, 500 mil em fevereiro e um milhão em março, em um país com 200 milhões de habitantes – essa foi a primeira proposta. A segunda proposta só mudou a caixa de isopor. Pasmem, nós estamos pensando em aceitar. Isso, claro, precisa passar pela decisão do governo e chancela do Congresso”, ressaltou.

Anvisa

O chefe da Saúde também reforçou a importância do trabalho da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no processo de aprovação dos imunizantes.

“Nosso cronograma está em cima de previsões, sujeito ao registro e à aprovação da Anvisa e sujeito à entrega dos laboratórios. É preciso reforçar: não há registro atual no mundo de nenhum vacina, de nenhum laboratório, de nenhuma agência. O que nós temos hoje são autorizações provisórias”, pontuou.

“Estamos presos na entrega e no registro. A nossa grande defesa é a Anvisa, na hora que a Anvisa atestar a eficácia, segurança e registrar, nós brasileiros nos sentiremos seguros. Na hora que nós aplicarmos vacinas, sem garantia da segurança e eficácia, nós vamos estar expondo nossa população da forma como nunca fizemos. Precisamos ter essa consciência.”

Pazuello disse, ainda, que o governo “não abre mão de nenhuma vacina” desenvolvida contra o novo coronavírus, mas afirmou que, neste primeiro momento, o cronograma do Ministério da Saúde está sendo moldado em cima das previsões de entrega dos imunizantes da Coronavac, da Astrazeneca e da Pfizer.

Entenda o plano

Após idas e vindas, desentendimentos e até pressão social, o governo federal lançou, na quarta-feira (16/12), a íntegra do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

O documento baliza as ações da campanha nacional, a compra de doses, as faixas etárias prioritárias e as regras de logística para distribuição de insumos aos estados e municípios.

O planejamento foi lançado após quase 10 meses de pandemia no Brasil e em meio a uma corrida mundial por doses da vacina. Para que o leitor entenda como a campanha será articulada, o Metrópoles preparou um guia com as principais informações sobre o plano.

Veja as principais medidas previstas no Plano de Imunização:

  • Número de pessoas: A imunização será feita em quatro grupos prioritários, que somam 50 milhões de pessoas.
  • Quantidade de doses: Serão necessárias 108,3 milhões de doses de vacina, já inclusos 5% de perdas.
  • Grupos prioritários: Trabalhadores da saúde, idosos (primeiro aqueles acima de 75 anos de idade e, depois, acima dos 60 anos), pessoas com doenças crônicas (hipertensão de difícil controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, entre outras), professores, forças de segurança e salvamento, e funcionários do sistema prisional.
  • Compra de doses: Segundo o plano, o governo federal já garantiu 300 milhões de doses de imunizantes contra a Covid-19, por meio de acordos.
  • Negociações em curso: De acordo com o documento, o governo negocia a compra de vacinas com seis laboratórios: Pfizer/BioNTech, Janssen, Instituto Butantan, Bharat Biotech, Moderna e Gamaleya.
  • Registro de vacinas: Até agora, nenhum imunizante está registrado e licenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – etapa prévia obrigatória para que a vacinação possa ser realizada.
  • Termo de consentimento: As vacinas aprovadas para uso emergencial serão aplicadas somente mediante a assinatura deste documento. Com isso, quem receber a aplicação do imunizante terá de assumir o conhecimento dos estudos e possíveis efeitos colaterais do insumo. Isso mudará quando as vacinas obtiverem o registro permanente.
  • Coronavac: Produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, este imunobiológico foi alvo de desentendimentos entre o governo federal e o de São Paulo. Agora, o Ministério da Saúde a incluiu no Plano Nacional de Vacinação.
  • Distribuição de doses: As vacinas produzidas no Brasil serão destinadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde fará a distribuição das doses aos estados e municípios.
  • Divisão: De acordo com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, as doses serão distribuídas aos entes da federação de forma “igualitária e proporcional”.
  • Armazenamento: Segundo o governo, estão aptas a estocar a vacina uma central nacional, 27 centrais estaduais, 273 centrais regionais e aproximadamente 3.342 centrais municipais.
  • Salas de vacinação: Serão aproximadamente 38 mil salas de imunização – em períodos de campanha, o número pode aumentar para 50 mil.
  • Prazo: O governo ainda não marcou uma data para o início da vacinação. Até o momento, estima-se que os grupos de maior risco para agravamento e de maior exposição ao vírus estariam imunizados ainda no primeiro semestre de 2021.

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