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São Paulo – O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (28/10) que pagará pela Coronavac caso o governo federal não inclua a vacina no programa nacional de imunização após a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo Doria, há interesse de outros estados pelo imunizante que está sendo desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. O governador não disse quais seriam as unidades federativas.
“O ideal é fazer rito dos últimos 50 anos, com aquisição e distribuição pelo Ministério da Saúde. Mas se houver negativa por razão política ou ideológica, São Paulo comprará e disponibilizará a vacina para todos governos estaduais”, afirmou o governador, em coletiva.
Doria acrescentou que já existe um plano alternativo compartilhado com governadores para a distribuição da vacina. “Diferentemente do presidente Jair Bolsonaro, a gente entende que o Brasil tem pressa”, frisou.
O governo paulista espera ter as primeiras 46 milhões de doses da vacina à disposição até dezembro deste ano. A Anvisa autorizou a importação de 6 milhões, que devem chegar até a próxima segunda-feira (2/11), segundo Doria.
As outras 40 milhões serão fabricadas pelo Butantan com insumos chineses, cuja importação ainda depende de liberação da agência reguladora.
“O Butantan tem trabalhado com senso de urgência do momento. Cada dia conta. Nossa previsão era iniciar produção na segunda quinzena de outubro. Esperamos que a Anvisa autorize [compra de insumos]”, assinalou o diretor do instituto, Dimas Covas, acrescentando que a fábrica do Butantan está pronta para começar a produzir o imunizante.
O desenvolvimento da vacina para a Covid-19 virou motivo de disputa entre Jair Bolsonaro e o governador João Doria, adversários políticos.
Após o Ministério da Saúde anunciar a intenção de compra de 46 milhões de doses do imunizante, desenvolvido pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, o presidente desautorizou o ministro Eduardo Pazuello.
Bolsonaro já afirmou que a Coronavac não transmite credibilidade devido à “sua origem”.