Doença misteriosa: laudo aponta substância tóxica em cerveja
Perícia é preliminar, porém, e ainda não significa que a bebida tenha ligação com doença misteriosa que já matou uma pessoa em Minas Gerais
atualizado
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Laudo da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmou, nesta quinta-feira (09/01/2020), a contaminação de duas amostras da cervejaria Backer com a substância dietilenoglicol – a informação é do G1. A suspeita é que a bebida tenha causado uma doença misteriosa que já matou uma pessoa e afetou pelo menos outras sete em Belo Horizonte (MG).
Diante das suspeitas, a PC recolheu material na cervejaria, também na tarde desta quinta-feira (09/01/2020). Na última segunda-feira (06/01/2020), a Vigilância Sanitária de Belo Horizonte deu início à análise de alimentos para apurar a possível causa da intoxicação.
O laudo, que ainda é preliminar, afirma que foram analisadas duas cervejas pilsen da marca belorizontina, recebidas pela Vigilância Sanitária lacradas e acondicionadas em envelopes de segurança. Como ainda é preliminar, a análise do Instituto de Criminalística da PC não implica qualquer tipo de responsabilização no caso.
Dois lotes foram investigados: o L1 1348 e o L2 1348. Após a constatação da substância foi que a PCMG recolheu produtos da cervejaria.
O dietilenoglicol é usado no processo de refrigeração de cervejas e, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é um solvente “altamente tóxico que causa insuficiência renal e hepática”, que pode, inclusive, matar.
As suspeitas quanto à relação da cerveja com a doença começaram a ser divulgadas por redes sociais.
No total, o poder público já registrou nove casos suspeitos, mas um foi descartado porque o paciente sofria de doença renal prévia. A doença misteriosa possui como sintomas iniciais náuseas, vômitos e dores abdominais e evolui, rapidamente, para insuficiência renal aguda com manifestações neurológicas, como paralisia facial, vista borrada, cegueira total ou parcial, e precisam ser comunicados às autoridades locais.
Ao Metrópoles, a cervejaria informou, em nota, que tem “confiança em todas as etapas de produção dos nossos produtos” e que está colaborando com os órgãos públicos de saúde que periciam o processo de fabricação. “Autoridades de saúde investigam, igualmente, outros produtos consumidos e que possam ter provocado a hospitalização de oito pessoas, todas com os mesmos sintomas”, afirmou.