Cursos para capacitar agentes de saúde em microcefalia começam até fevereiro
Centros colaboradores prestarão serviço gratuito. Universidades, hospitais de ensino e centros credenciados pelo SUS poderão informar qual tipo de capacitação podem realizar e para quantos alunos
atualizado
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O governo adota a partir deste mês duas medidas para aumentar o número de médicos e profissionais de saúde treinados para tratar pacientes com microcefalia relacionada ao vírus zika. Diante da explosão do número de casos da má-formação registrados a partir de setembro e da consequente necessidade de ampliação de serviços capazes de dar uma assistência adequada às crianças, o Ministério da Saúde publicou nesta terça-feira (12/1) uma portaria que institui Centros Colaboradores para qualificação de profissionais, uma espécie de rede de capacitação. Módulos de cursos a distância também serão lançados.
“Centros colaboradores prestarão um serviço voluntário, não vão receber para isso”, explicou o secretário de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, Heider Pinto. Universidades, hospitais de ensino e centros credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) poderão informar qual tipo de capacitação podem realizar e para quantos alunos. “Todas instituições interessadas, desde que preencham as condições básicas, poderão ser incluídas no cadastro.” Secretarias de saúde, por sua vez, vão informar quantos profissionais precisariam receber orientações. “Feito isso, vamos organizar o fluxo dos treinamentos”, completou.Serviços e instituições que aderirem à iniciativa deverão adotar os protocolos do Ministério da Saúde como referência nos processos de qualificação. “Serão várias áreas. Desde diagnóstico precoce até estímulo da criança, capacitação para realizar testes de audição, acompanhamento específico de fonoaudiologia”, contou.
A rede de capacitação também deve ter uma preocupação com coleta de dados e desenvolvimento de pesquisas. Embora o cadastramento seja automático – não há necessidade de visita prévia ou de apresentação de um trabalho detalhado sobre as aulas que serão ofertadas –, o ministério garante que acompanhará a qualidade do trabalho. “Se recebermos críticas sobre cursos, vamos tomar providências.” Pinto acredita que instituições estão dispostas a integrar a rede de capacitação, mesmo não havendo previsão de repasses de recursos. “A ideia do cadastro foi muito bem recebida. Todos estão cientes da dimensão do problema e da necessidade de mobilização.”
A expectativa é que as aulas comecem até fevereiro. Além dos cursos presenciais, o Ministério da Saúde se prepara para lançar módulos de cursos a distância voltados para agentes de saúde e para integrantes do Programa de Saúde da Família, também para capacitar profissionais no cuidado a crianças com microcefalia. Heider Pinto estima que os cursos serão lançados ainda este mês.