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Crianças portadoras do HIV terão medicamento com tecnologia inovadora

A previsão é de que o produto passe por testes clínicos até o final do próximo ano e fique disponível no mercado em 2020

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Many pills and tablets on black background.
1 de 1 Many pills and tablets on black background. - Foto: iStock

Crianças que vivem com o vírus HIV no Brasil serão beneficiadas com a chegada de um medicamento fabricado com tecnologia inovadora.

O remédio, conhecido como Efavirenz, já produzido na forma de comprimidos e indicado no coquetel de tratamento da Aids para adultos, foi incrementado a partir do uso da nanotecnologia ou pequenas partículas. O resultado é uma versão diferenciada para melhorar a aceitação pelas crianças.

A tecnologia permite aproveitamento mais eficiente do princípio ativo da substância pelo organismo, uma vez que as formulações líquidas existentes, além de não serem recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), têm sabor desagradável, curto prazo de validade e elevado custo para transporte.

O produto está sendo desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Tecnologia em Fármacos, Farmanguinhos, da Fiocruz, principal instituição pública produtora de antirretrovirais no país para o Ministério da Saúde (MS).

O pesquisador Helvécio Rocha, coordenador do Laboratório de Sistemas Farmacêuticos Avançados, disse que a expectativa é de que o novo comprimido, que se dissolve na boca e na água, facilite a aceitação pelos pequenos pacientes.

“A ideia do nosso produto é gerar, para esses pacientes pediátricos, uma formulação mais adequada à idade deles. A gente precisa dar uma apresentação boa porque é um tratamento de longo prazo. Aí, se o sabor for ruim, as crianças começam a rejeitar a medicação. Tem essa tentativa de melhorar o sabor e, ao mesmo tempo, adequar o produto nacional a recomendações do MS e da OMS”, enfatizou.

Segundo Rocha, o desafio maior foi colocar o princípio ativo em porções pequenas, para que o remédio chegasse à corrente sanguínea sem perder o efeito desejado.Ele disse ainda que esse tipo de medicamento pediátrico para tratamento da aids, com a tecnologia das nanopartículas, é inédito no mundo.

A previsão é de que o produto passe por testes clínicos até o final do próximo ano e fique disponível no mercado em 2020.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, 21 mil crianças no Brasil são soropositivas, isto é, portadoras do vírus HIV.

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