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Covid: vítimas criam associação em Porto Alegre para apoiar infectados

Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico) pretende prestar apoio jurídico, social e psicológico a interessados

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Ambulancia covid - coronavirus
1 de 1 Ambulancia covid - coronavirus - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Porto Alegre (RN) instalou a Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico), que tem como idealizadores duas pessoas abaladas pela doença. Operando virtualmente, a entidade pretende prestar apoio jurídico, social e psicológico a interessados de todo o Brasil. As informações são do portal Gaúcha ZH.

Presidente da Avico, o advogado Gustavo Bernardes, de 45 anos, foi infectado pela Covid-19. Entre novembro e dezembro, ele passou quase um mês internado no Hospital Ernesto Dornelles, aonde chegou com falta de ar, pressão no peito, cansaço e fraqueza.

Ele passou 10 dias internado. Após a alta, precisou realizar consultas e exames para avaliar a persistência de sequelas.

Já a vice-presidente da organização, Paola Falceta, de 46, perdeu a mãe, Italira Falceta da Silva, de 81, para o coronavírus. A idosa passou por uma cirurgia vascular e contraiu o vírus dentro do hospital.

A filha precisou presenciar situações críticas em que os pacientes estão sendo mantidos na unidade onde a mãe estava internada. No momento do óbito de Italira, Paola estava presente.

“Temos que lutar juntos. O debate sobre a pandemia não pode ficar restrito a ciência e autoridades. A sociedade civil precisa se apropriar dos espaços, opinar”, diz Gustavo.

“Precisamos nos organizar para sermos ouvidos. As pessoas estão desempregadas, sendo obrigadas a sair de qualquer jeito para trabalhar informalmente, arriscando-se e arriscando suas famílias. A pandemia vai permanecer, não vai acabar com o último infectado. Há pessoas com sequelas que vão precisar se aposentar, outras sofrendo com o luto”, completa.

A Avico soltou a primeira nota pública nesta segunda-feira (12/4), em defesa da CPI da Covid, decisão tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. Uma das primeiras ações será a organização de um grupo de apoio a enlutados. Os serviços serão gratuitos.

Pagamento de mensalidade

Segundo Paola, a ideia é que no futuro a organização estabeleça o pagamento de uma mensalidade para sócios para viabilizar a manutenção das atividades.

“Minha mãe não estaria morta se não fosse a Covid-19. Ela ficaria com a gente por mais um tempo. Talvez tivesse uma morte tranquila. Sofreu muito. Me senti completamente abandonada, desesperada. Como é que eu poderia não fazer nada?”, conta.

A direção pretende ainda criar núcleos por estado e promover debates sobre a doença e as consequências físicas, psicológicas e cognitivas, além de defender o Sistema Único de Saúde (SUS), a implementação e o cumprimento de políticas públicas, a vacinação em massa e a pesquisa.

Como entrar em contato com a Avico?

Para entrar em contato, basta acessar a página do Facebook ou pelo e-mail avicobrasil@gmail.com.

Um número de WhatsApp também está disponível: (51) 98328-1722.

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