Covid-19: faltam drogas para sedação em hospital do Rio e pacientes morrem
Local estava sem o Midazolam e o Fentamil, imprescindíveis para o tratamento de pacientes no CTI, entubados em ventilação mecânica
atualizado
Compartilhar notícia
A falta de medicamentos para sedação no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, no Rio de Janeiro, foi a causa das mortes de pacientes com a Covid-19, nesse no domingo (03/05). É o que denunciam funcionários e diretores do local.
Um plantonista fez um relato dramático: “Faltaram medicamentos como Midazolam, Nora (noradrenalina), Fentanil. E, por conta disso, pacientes foram a óbito”, disse.
Uma enfermeira também reclamou: “Não está tendo medicação. Midazolam, Fentanil, né. E aí a gente tem que ficar se virando, tem que ficar falando, tem que ficar pedindo”, contou. A Defensoria Pública e a prefeitura abriram investigação. As informações são do G1.
Nesse domingo, diretores, coordenadores do hospital e representantes da Prefeitura do Rio conversaram em um grupo de mensagens por telefone. Um dos diretores do hospital disse: “Precisamos fechar imediatamente o serviço”.
O chefe de outro setor responde que o hospital estava sem o Midazolam e o Fentamil, drogas imprescindíveis para a sedação de pacientes no CTI, entubados em ventilação mecânica.
O Jornal Nacional teve acesso ao sistema do estoque do hospital. O medicamento Midazolam estava zerado na tarde desse domingo.
Coma induzido
O presidente da Sociedade de Terapia Intensiva do Rio de Janeiro explica que esses remédios são usados para deixar o paciente que está intubado em coma induzido.
“O que vai acontecer é que o paciente não vai se adaptar ao ventilador, ele vai fazer com o respirador uma briga. Ou seja, ele vai querer respirar junto com o respirador e isso tem consequências muito ruins para o paciente nessa situação”, explica Joel Passos.
Quatro funcionários do hospital e um dos diretores, que não quiseram se identificar, confirmaram que seis pessoas morreram no domingo na UTI por causa da falta desses medicamentos. Segundo um dos chefes da unidade: “Pessoas doentes com Covid, mas não esperava óbito naquele momento”.