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Coronavírus: “Não é apenas uma doença dos mais velhos”, diz OMS

Representantes da instituição pediram que países se mantenham ou adotem medidas generalizadas para conter Covid-19

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Photo: Sven Hoppe/dpa (Photo by Sven Hoppe/picture alliance via Getty Images)
Tedros Adhanom Ghebreyesus, Director-General of the World Health Organization
1 de 1 Tedros Adhanom Ghebreyesus, Director-General of the World Health Organization - Foto: Photo: Sven Hoppe/dpa (Photo by Sven Hoppe/picture alliance via Getty Images)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou, nesta quarta-feira (18/03), que é preciso ter cautela quanto ao entendimento geral de que o novo coronavírus só afeta gravemente pessoas idosas. Em coletiva de imprensa, representantes da instituição pediram que os países adotem e mantenham estratégias generalizadas de contenção do vírus.

“Continuamos pedindo a todos os países que implementem uma abordagem abrangente, que está salvando vidas e ganhando tempo para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos. Não presuma que sua comunidade não será afetada, prepare-se como se fosse”, alegou o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.

Segundo o diretor executivo da OMS, Michael Ryan, o panorama de casos na Itália e na Coreia do Sul, por exemplo, mostra que os riscos existem mesmo para outros grupos. “Estudo que fizemos na Coreia mostrou quase 20% das mortes ocorreram em pessoas de menos de 60 anos. Não é apenas uma doença dos mais velhos, dos mais idosos”, afirmou ele.

“Os mais jovens e saudáveis têm menos casos, mas significante número de outros adultos que desenvolvem formas distintas das doenças nos faz ter necessidade de sermos ainda mais vigilantes para os sinais de uma projeção clínica desta doença.”

A principal preocupação é porque o vírus deve se comportar de maneiras diferentes, a depender do perfil de cada país. “Não sabemos ainda como esse vírus vai se desenvolver em populações mais vulneráveis, como e quando ele pode se desenvolver em populações com alta prevalência de HIV ou desnutrição, por exemplo”, pontuou a chefe do Programa de Emergências da OMS, Maria Van Kerkhove.

Ela também afirmou que a cautela se estende a crianças, ainda que o número de notificações seja mais baixo e que a tendência seja de que, no caso delas, a “maioria das crianças infectadas vai passar por um nível médio dessa doença”.

“Sabemos que crianças são susceptíveis, mas ao que diz respeito às notificações de casos em vários países, o número é bem mais baixo. Sabemos que podem desenvolver doença com sintomas parecidos com os adultos: febre, tosse seca, cansaço, dor muscular. Estudo recente que vem da China mostra também que um número de crianças desenvolveu sintomas mais fortes e uma morreu”, completou.

Casos no mundo
Nesta quarta-feira, o número de pessoas infectadas passou de 200 mil em todo o mundo — os casos mais que dobraram em duas semanas. Os dados são da Universidade Johns Hopkins.

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