Coronavírus: governo vai antecipar formatura de novos médicos
Medida tem o objetivo de aumentar a força de trabalho contra a pandemia, informou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a prefeitos
atualizado
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Seguindo uma tática já usada na Itália, que enfrenta graves consequências da pandemia de coronavírus, o governo brasileiro está se preparando para acelerar a formatura de alunos que estão no último ano do curso de medicina, para que os novos médicos possam ajudar a desafogar os gargalos do sistema de saúde.
A ideia é que os formados sem necessariamente terminar os créditos do curso assumam tarefas mais simples, liberando os profissionais mais experientes para tratar de casos graves e complexos.
“Vamos antecipar [a formatura dos] meninos do sexto ano, que falta um mês para se formar. Vamos acelerar. Eles não têm experiência, mas podem fazer uma parte do atendimento. Não para o CTI, não para pilotar um aparelho multiparamétrico, mas eles podem muito bem ajudar”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em conversa por videoconferência com prefeitos de capitais e grandes cidades na manhã deste domingo (22/03).
Os detalhes e prazos dessa antecipação de formatura não foram anunciados pelo ministro.
Os chefes dos Executivos municipais se mostraram confusos quanto ao papel de cada um no combate à pandemia e pediram ajuda financeira ao governo federal. Mandetta, que esteve ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante parte da conferência, mas respondeu sozinho a todas as perguntas, disse que o governo prepara uma “conta coronavírus” para necessidades urgentes dos municípios.
Vacina da gripe
A campanha de vacinação contra a gripe, prevista para começar nos próximos dias em todo o país, foi um dos grandes focos de dúvidas dos prefeitos. O ministro Mandetta aproveitou para tratar da crise que está havendo entre governos federal e estaduais sobre a decretação de quarentena e a proibição de circulação de pessoas.
“Não sei como São Paulo, decretando quarentena, vai vacinar os idosos. Vai vacinar casa a casa? Ou vai todo mundo para a rua para vacinar?”, questionou.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), se tornou um dos principais antagonistas do governo federal na disputa sobre a maneira de lidar com a pandemia. Sem canal de diálogo com o governo federal, Doria lamentou, no sábado (21/03), a falta de uma liderança contra a grave crise.
Horas mais tarde, foi chamado de “lunático” pelo presidente Jair Bolsonaro, que tenta evitar que os estados se fechem completamente, preocupado com o agravamento das consequências econômicas.