Coronavírus: Fiocruz afirma que saúde do Rio de Janeiro está em colapso
A manifestação foi feita pelo grupo de estudos Monitora Covid-19, no final de tarde desta quarta-feira (2/12)
atualizado
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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou, por meio de nota técnica, que a rede pública de saúde da cidade do Rio de Janeiro “está em colapso”. A manifestação foi feita pelo grupo de estudos Monitora Covid-19, no final de tarde desta quarta-feira (2/12).
A capital carioca apresenta grande índice de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para pacientes do novo coronavírus. A rede pública já apresenta uma lista de espera de 170 infectados pela vacância em um leito. Já a particular tem 98% dos leitos ocupados.
O Rio de Janeiro está entre os seis estados brasileiros com taxa de ocupação de leitos de UTI para pacientes da doença acima de 80%. O índice indica risco de colapso do sistema de saúde.
Além do Rio, também com a lotação das unidades: Santa Catarina (com 85% dos leitos de UTI ocupados); Paraná (84%); Pernambuco (84%); Espírito Santo (82%); e Rio Grande do Sul (80%). Desses, três são da Região Sul do país.
Esses números foram obtidos em levantamento feito pelo Metrópoles junto às secretarias de Saúde das 27 unidades federativas. Os dados foram atualizados pelas pastas entre sexta-feira (27/11) e terça-feira (1º/12).
A pesquisa, feita com base nos boletins epidemiológicos divulgados diariamente pelas secretarias de Saúde e em dados registrados em painéis, engloba os leitos de UTI de hospitais da rede pública e/ou privada.
Segunda onda
O panorama mostra a gravidade da atual situação em meio ao temor de que o país esteja no limiar (ou já tenha entrado) da chamada “segunda onda” – termo que não tem sido usado por especialistas – da pandemia do coronavírus. Os números de casos e de mortes voltaram a crescer no território nacional.
Para comparação, boletim publicado na última quinta-feira (26/11) pela Fiocruz, com dados de 8 a 21 de novembro, informava que apenas dois estados tinham taxa de ocupação crítica nas UTIs para Covid-19.
Eram eles: Amazonas (86%), que apresentou queda – hoje a ocupação é de 73% – e passou a ser considerado como de risco médio, e Espírito Santo (85%), que viu a taxa abaixar apenas dois pontos percentuais.
Os outros cinco estados que passaram a fazer parte do grupo de risco crítico, ou seja, com taxa de ocupação de leitos de UTI para pacientes com Covid-19 maior que 80%, já beiravam o limite de gravidade.
Situação preocupante
A situação tem se mostrado mais preocupante ainda nas metrópoles. No levantamento divulgado pela Fiocruz na semana passada, sete capitais tinham taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 superiores a 80%.
Manaus (86%), Macapá (92%), Vitória (91%), Rio de Janeiro (92%), Curitiba (94%), Florianópolis (83%) e Porto Alegre (89%) apresentaram, no período, as mais altas taxas do país em relação à ocupação desses leitos.
O Metrópoles buscou atualizar a situação dessas cidades. Algumas viram a taxa de ocupação baixar levemente, outras se mantiveram estáveis e, por fim, aquelas com aumento do nível de ocupação, como o Rio de Janeiro (93%).
Os destaques, no entanto, vão para Fortaleza (CE), que passou de 78% para 82% no período, e Campo Grande (MS), que tinha 76% e, hoje, chega à grave porcentagem de 97% (essa taxa se refere à macrorregião da capital).