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Coronavírus: América Latina ultrapassa as quatro mil mortes

Continente já registra ao menos 90 mil casos da doença. Países com mais óbitos são Brasil (2.141); Equador (421); México (486) e Peru (300)

atualizado

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O coronavírus avança rapidamente pelos países da América Latina. No fim desta semana, a região de 21 países já registra pelo menos 90 mil casos confirmados e rompeu na sexta-feira (17/04) a barreira das quatro mil mortes registradas, a maioria (2.141) no Brasil.

Também se destacam pelos números expressivos o Equador, com 8.450 casos confirmados e 421 mortes; o Peru, com 13.489 casos e 300 mortes; a República Dominicana, com 4.126 casos e 200 mortes; e o México, com 6.297 casos 486 mortes registradas até sexta-feira, segundo os ministérios da Saúde de cada país.

O caso mais dramático entre os vizinhos do Brasil segue sendo o do Equador, onde o sistema de saúde entrou em colapso e nem mesmo enterros o poder público tem dado conta de fazer. Há relatos de corpos abandonados e queimados nas ruas em cidades como Guayaquil.

O governo do país removeu no último fim de semana 700 corpos de pessoas que morreram nas últimas semanas em suas casas, no epicentro equatoriano do novo coronavírus. A administração admitiu, porém, que ainda há trabalho a fazer para recolher todos os corpos.

Segundo notícias locais, foram construídos às pressas três novos cemitérios em Guayaquil, com lugar para sepultar 10 mil pessoas.

A epidemia preocupa em países que já estão com seus sistemas de saúde fragilizados, como o Haiti, que tem 43 casos confirmados até agora e três mortes, mas admite que o número deve estar subnotificado pela falta de testes.

Outras crises
Na Bolívia, que tem 465 casos confirmados e 31 mortes, preocupa a falta aguda de respiradores, sobretudo na capital, La Paz. Em Santa Cruz de la Sierra, onde se concentra a maioria dos casos, a situação é um pouco mais confortável do ponto de vista médico.

No país andino, porém, a crise de saúde agravou uma duradoura crise política. Por causa da pandemia, as eleições presidenciais marcadas para 3 de maio foram adiadas para uma data ainda incerta e a presidente interina do país, Jeanine Añez, aproveitou a crise para aumentar seus poderes.

Agora, o governo pode prender acusados de dar declarações ou divulgar informações consideradas incorretas pelas autoridades sobre o coronavírus.

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