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Compras sem licitação disparam na pandemia e chegam a R$ 2,7 bilhões

Até o momento, 5,1 mil fornecedores abasteceram a administração pública. Em maior governo editou MP dispensando licitação

atualizado

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1 de 1 coronavírus - Foto: Arte/Metrópoles

Em quase seis meses de pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, no Brasil, o governo federal já gastou R$ 2,9 bilhões em itens como máscaras, álcool em gel e termômetros, além de serviços como os de manutenção de equipamentos médico-hospitalares.

Do total comprado pelo governo, R$ 2,7 bilhões — o que representa 93% das aquisições — foram efetivados por meio de dispensa de licitação. Até o momento, 5,1 mil fornecedores abasteceram a administração pública.

Em maio, o governo federal editou uma medida provisória (MP) que flexibiliza as regras de licitações e contratos para toda a administração pública até 31 de dezembro deste ano.

Desde o início da pandemia, a Polícia Federal realizou 25 operações contra desvios de verba destinada à saúde. No começo do mês o Metrópoles mostrou que o prejuízo chega a R$ 260 milhões aos cofres públicos.

De um lado, fornecedores têm exigido pagamentos antecipados. Do outro, gestores estaduais e municipais estão comprando produtos sem observar a procedência e a qualidade.

Quem monitora gastos públicos é categórico. A brecha deve ser usada com responsabilidade.

“O momento crítico que estamos atravessando em razão da pandemia exige das autoridades públicas decisões rápidas e precisas e é neste sentido que a dispensa de licitação deve ser utilizada”, explica o diretor-presidente do Instituto Operação Política Supervisionada (OPS), voltado para a fiscalização de gastos públicos, Lúcio Big.

Ele continua. “Nós que atuamos no controle cívico percebemos que nem sempre é possível identificar com precisão se os valores dos equipamentos e produtos adquiridos para o enfrentamento do coronavírus estão dentro do que o mercado negocia, o que nos dá, lamentavelmente, a sensação de que os critérios basilares da administração pública podem não estar sendo cumpridos”, critica.

Monitoramento

Apesar das brechas na legislação, o Ministério da Economia garante que foram criados mecanismos para o monitoramento dos valores usados no combate à pandemia.

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O uso de máscara é obrigatório em locais fechados
Especialistas apostam que testagem em massa pode ajudar a diminuir o ritmo da pandemia
A recomendação é ficar em casa. Mas, se for sair, use máscara
Resultado dos testes rápidos era divulgado pela internet
Testagem em massa está sendo realizada no DF
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Máscaras de proteção contra o coronavírus

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O uso de máscara é obrigatório em locais fechados

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Especialistas apostam que testagem em massa pode ajudar a diminuir o ritmo da pandemia

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A recomendação é ficar em casa. Mas, se for sair, use máscara

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Resultado dos testes rápidos era divulgado pela internet

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Testagem em massa está sendo realizada no DF

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Profissionais de saúde trabalham para controlar a pandemia no Brasil e no mundo

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Equipe de médicos e enfermeiros aplaude paciente que recebeu alta

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Talita Souza Carmo, professora especialista em bioprocessos e fermentação, está na linha de frente do combate à Covid-19

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Lugares públicos, como o Metrô-DF, são higienizados preventivamente contra o novo coronavírus

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Metrô faz limpeza preventiva contra o novo coronavírus durante a madrugada

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A pasta cita como exemplo o Sistema de Compras do Governo Federal (Comprasnet), o Painel de Análise Comparativa de Preços Covid-19 e o Painel de Monitoramento dos Gastos da União com Combate à Covid-19.

Os dados são atualizados diariamente. “As compras podem ser detalhadas de acordo com o órgão ou entidade contratante, modalidade de contratação, quantidade e valores adquiridos e descrição do item”, informa a pasta.

Quem comprou

As compras realizadas pelo Ministério da Saúde representam apenas 9,5% do total adquirido pelo governo federal. A pasta chefiada pelo general Eduardo Pazuello comprou efetivamente R$ 278 milhões.

Os dados fazem parte de um levantamento do Ministério da Economia e foram analisados pelo Metrópoles. Os valores levam em conta o período do início da pandemia até o último dia 10 de agosto.

Os órgãos que mais realizaram aquisições, em relação ao valor total comprado, foram a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com R$ 1 bilhão (34%), e Mistério da Cidadania, com R$ 397 milhões (13,6%).

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