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Com escassez global, Saúde orienta racionalizar contraste para exames

De acordo com a pasta, o mercado foi afetado pelo mais recente lockdown decretado na China, uma das maiores produtoras do insumo

atualizado

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Andre Coelho/Getty Images
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1 de 1 tomografia - Foto: Andre Coelho/Getty Images

Utilizado em exames de imagem, como tomografias, o contraste iodado permite visualizar a vascularização em determinadas partes do corpo dos pacientes. Em meio à escassez global desse insumo, o Ministério da Saúde passou a recomendar que o item seja racionalizado.

Esta é apenas uma entre diversas substâncias de uso médico em falta no sistema de saúde brasileiro. Na última sexta-feira (22/7), representantes da pasta reconheceram que ao menos 86 medicamentos não estão disponíveis nos estoques institucionais.

Um informativo interno foi emitido para orientar o uso cauteloso do contraste. De acordo com a secretária de Atenção Especializada à Saúde (SAES), Maíra Botelho, os estoques serão recompostos apenas no fim de setembro.

“Nós temos hoje quatro fornecedores no país”, disse a secretária, durante a coletiva. “Há dois fornecedores que interromperam a prestação desse serviço (um deles já conseguiu a aprovação da Anvisa para comercializar o seu produto, mas ainda não voltou), e outros dois continuam atendendo seus clientes, mas ainda não têm condições de ampliação de fornecimento.”

A nota informativa distribuída pela pasta pede que sejam priorizados “procedimentos em pacientes de maior risco e em condições clínicas de urgência e emergência”. Orienta-se ainda que os estoques sejam avaliados, que se evite o desperdício e que a utilização de métodos alternativos seja considerada.

“A interrupção nas cadeias de suprimento, produção e distribuição ocorre principalmente por consequência da pandemia da Covid-19 na China, uma vez que medidas de lockdown foram decretadas localmente, impactando a cadeia de produção das indústrias chinesas”, explica o informativo.

Pesquisa

De acordo com pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), 80,4% dos municípios consultados têm sofrido com a falta de medicamentos no sistema público de saúde brasileiro.

O levantamento abrangeu 2.469 prefeituras, entre os dias 25 de maio e 20 de junho. A amoxicilina lidera a lista, sendo citada por 68% dos respondentes. Já a dipirona, em segundo lugar, foi mencionada por 65,6%.

A dipirona injetável (50,6%) e a prednisolona (45,3%) também se encontram entre os fármacos mais mencionados. A ausência dos medicamentos já dura entre 30 e 90 dias em 44,7% dos casos. O problema se estende por mais de 90 dias em 19,7% das situações.

O que dizem os estados

Em nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que “possui processos de compra regular e emergencial para aquisição de contraste” e tem priorizado casos mais urgentes para utilização do contraste. “A escassez é global e de grande preocupação”, pontua o órgão local.

Já a Secretaria de Saúde da Bahia afirma que o estado se antecipou e “adquiriu uma remessa do produto, assegurando, assim, o abastecimento de toda a rede estadual”. Outros estados foram demandados sobre o tema, mas ainda não responderam à reportagem. O espaço para manifestação continua aberto.

Em Pernambuco, “as unidades de saúde da rede estadual têm realizado seus processos de aquisição das substâncias contrastantes de maneira regular, porém as empresas fornecedoras não têm cumprido a totalidade dos quantitativos acordados no momento da compra, o que impacta na rotina dos serviços”. Dois fornecedores do insumo em Tocantins têm apresentado dificuldades para entrega.

A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte admitiu a falta do composto, enquanto na Paraíba o contraste iodado é utilizado apenas em procedimentos de urgência. Mato Grosso, Espírito Santo, Goiás, Maranhão registram baixo estoque.

Já Alagoas, Roraima, Rondônia não enfrentam escassez do insumo. No Rio de Janeiro, a secretaria analisa a situação atual junto às unidades da rede estadual. O Acre suspendeu temporariamente a realização de angioplastias eletivas.

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