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Com mil casos, Brasil começa a tratar varíola dos macacos como surto

Segundo o último boletim divulgado pela Saúde, o Brasil já tem 1.066 confirmações da doença. OMS falou em “situação preocupante”

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imagem de tubos de ensaio sinalizando resultado positivo para varíola dos macacos
1 de 1 imagem de tubos de ensaio sinalizando resultado positivo para varíola dos macacos - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Com mais de mil casos de varíola dos macacos confirmados no Brasil, o Ministério da Saúde começou a tratar a doença como “surto”. O termo foi usado em um texto divulgado pela pasta, na quinta-feira (28/7), para informar a ativação de um Centro de Operações de Emergência (COE) com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento da patologia.

A expressão “surto” é utilizada na epidemiologia para identificar quantidades acima do normal de doenças contagiosas ou de ordem sanitária. É o primeiro estágio de uma escala de evolução do contágio, que pode se transformar em epidemia, endemia e pandemia – caso da Covid-19.

O Ministério da Saúde ainda não havia utilizado o termo em notas enviadas à imprensa, somente em pareceres técnicos ao citar casos semelhantes de aumento da curva de contaminação registrados em outros países.

Casos

O último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que o Brasil registrou até agora 1.066 casos da doença.

De acordo com a pasta, há casos confirmados em 16 unidades da Federação.

Veja quais são as localidades e quantos casos foram confirmados:

  • São Paulo (823)
  • Rio de Janeiro (124)
  • Minas Gerais (44)
  • Distrito Federal (15)
  • Paraná (21)
  • Goiás (13)
  • Bahia (5)
  • Ceará (4)
  • Rio Grande do Sul (3)
  • Rio Grande do Norte (2)
  • Espírito Santo (2)
  • Pernambuco (3)
  • Tocantins (1)
  • Acre (1)
  • Rio Grande do Sul (4)
  • Santa Catarina (4)
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A doença foi diagnosticada pela primeira vez nos seres humanos em 1970. De acordo com o perfil dos pacientes infectados atualmente, maioria homossexual ou homens que fazem sexo com homens (HSH), especialistas desconfiam de uma possível contaminação por via sexual, além de pelo contato com lesões em pessoas doentes ou gotículas liberadas durante a respiração
Segundo o Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC),  "qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, pode espalhar a varíola de macacos por contato com fluidos corporais ou itens compartilhados (como roupas e roupas de cama) contaminados"
Inicialmente, a varíola de macacos é transmitida por contato com macacos infectados ou roedores, e é mais comum em países africanos. Antes do surto atual, somente quatro países fora do continente tinham identificado casos na história
Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem
O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias
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Recentemente, diversos países têm registrado casos de pacientes diagnosticados com varíola de macaco, doença rara causada pelo vírus da varíola símia. Segundo a OMS, a condição não é considerada grave: a taxa de mortalidade é de 1 caso a cada 100. Porém, é a primeira vez que se tornou identificada em grande escala fora do continente africano

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A doença foi diagnosticada pela primeira vez nos seres humanos em 1970. De acordo com o perfil dos pacientes infectados atualmente, maioria homossexual ou homens que fazem sexo com homens (HSH), especialistas desconfiam de uma possível contaminação por via sexual, além de pelo contato com lesões em pessoas doentes ou gotículas liberadas durante a respiração

Lucas Ninno/ Getty Images
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Segundo o Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), "qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, pode espalhar a varíola de macacos por contato com fluidos corporais ou itens compartilhados (como roupas e roupas de cama) contaminados"

Roos Koole/ Getty Images
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Inicialmente, a varíola de macacos é transmitida por contato com macacos infectados ou roedores, e é mais comum em países africanos. Antes do surto atual, somente quatro países fora do continente tinham identificado casos na história

seng chye teo/ Getty Images
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Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem

Wong Yu Liang / EyeEm/ Getty Images
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O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias

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Por ser uma doença muito parecida com a varíola, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação

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Apesar de relativamente rara e transmissível, os especialistas europeus afirmam que o risco de um grande surto é baixo

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Em casos severos, o tratamento inclui antivirais e o uso de plasma sanguíneo de indivíduos imunizados

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“Situação preocupante no Brasil”

Nesta semana, a líder técnica da Organização Mundial de Saúde (OMS) no combate à varíola dos macacos, Rosamund Lewis, falou sobre o avanço da doença no Brasil. Segundo a especialista, a situação do país é “muito preocupante”.

“Certamente é muito preocupante para países como o Brasil – uma nação continental, de população tão grande, geograficamente extensa, que agora também relata um número significativo de casos”, assinalou.

Rosamund Lewis também alertou para a possibilidade de estar havendo subnotificação de casos, por falta de testes, e pediu ainda que as autoridades ajam de acordo com a emergência de saúde pública de interesse internacional, decretada pela OMS no último sábado (23/7).

Compra de vacinas

No sábado (23/7), o Ministério da Saúde informou que realiza tratativas para a compra da vacina contra a varíola dos macacos. De acordo com a pasta, a aquisição será negociada com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

A informação foi divulgada após o decreto de estado de emergência internacional de saúde pública devido à doença ser publicado.

Atualmente, apenas um laboratório fabrica a vacina no mundo: a empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, que não tem representante no Brasil. “A OMS coordena junto ao fabricante, de forma global, ampliar o acesso ao imunizante nos países com casos confirmados da doença”, informou o ministério.

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