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Cirurgias são paralisadas por falta de oxigênio em Manaus: “Não há o que fazer”

Médico relata drama vivido pela capital do Amazonas, com falta de gás essencial para tratamento de pacientes

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Médico Raynison Monteiro, relata falta de oxigênio em Manaus: "Não podemos fazer nada"
1 de 1 Médico Raynison Monteiro, relata falta de oxigênio em Manaus: "Não podemos fazer nada" - Foto: Hugo Barreto/metrópoles

Enviado especial a Manaus (AM) – O médico Raynison Monteiro, de 60 anos, funcionário do Hospital 28 de Agosto, na zona central de Manaus (AM), relata que as cirurgias consideradas como “urgentes” na unidade foram suspensas, ante a falta de oxigênio para tratamento de pacientes na capital.

Esses procedimentos cirúrgicos, no entanto, deveriam ser realizados com a urgência que as situações requerem, uma vez que, se houver demora, as chances de morte aumentam exponencialmente. É o caso de quem perdeu algum membro do corpo, por exemplo.

Raynison conta que a orientação é realizar apenas as cirurgias consideradas “emergenciais” – quando o paciente corre risco extremo de morte e é ainda mais necessário, portanto, arriscar o procedimento, apesar da escassez do gás.

O profissional de saúde diz viver um sentimento de impotência, visto que, segundo ele, não há nada a fazer quando se falta oxigênio.

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No Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, na zona centro-sul de Manaus, amigos e familiares aguardam a liberação dos corpos das vítimas de Covid-19
Município enfrenta colapso na rede de saúde
Chegada de oxigênio ao hospital
Corpos em câmaras frias
Em janeiro de 2021, o consumo diário de oxigênio chegou a 76,5 mil metros cúbicos, afirma o governo. A produção da empresa é de apenas 28,2 mil metros cúbicos por dia
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Médico Raynison Monteiro

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No Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, na zona centro-sul de Manaus, amigos e familiares aguardam a liberação dos corpos das vítimas de Covid-19

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Município enfrenta colapso na rede de saúde

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Chegada de oxigênio ao hospital

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Corpos em câmaras frias

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Em janeiro de 2021, o consumo diário de oxigênio chegou a 76,5 mil metros cúbicos, afirma o governo. A produção da empresa é de apenas 28,2 mil metros cúbicos por dia

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Estado tem mais de 5,8 mil mortos por Covid-19

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“Isso é muito triste, porque ficamos sem poder fazer absolutamente nada quando falta oxigênio. Ficamos inúteis. Sem oxigênio, a pessoa vai morrer. Então, frustra a equipe toda”, lamenta o cirurgião.

Os casos de Covid-19 têm crescido dia após dia na cidade. A crise é intensificada com a alta ocupação de leitos da unidade de terapia intensiva (UTI) e a falta de oxigênio.

Raynison afirma também jamais ter passado por circunstância parecida. “Nunca nem imaginei vivenciar essa situação. O que estamos vendo é uma verdadeira catástrofe”, prossegue o profissional.

Ele responsabiliza governantes pela falta de oxigênio e, por conseguinte, pelo colapso no sistema de saúde da capital amazonense.

“É lamentável o que a gente está passando. A nossa família, parentes, irmãos… Neste momento, estão sofrendo por conta da falta de oxigênio”, declarou.

“Se já não bastasse o vírus causando esse dano tremendo, existe ainda essa triste falta de oxigênio”, finaliza.

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