Chegam ao país 500 mil doses de vacina contra a dengue
A eficácia é de aproximadamente 66% contra os quatro sorotipos de vírus da dengue na população acima de nove anos, mas é necessária a aplicação de três doses em intervalos de seis meses
atualizado
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O primeiro lote da vacina contra a dengue desenvolvida pela francesa Sanofi Pasteur já está no Brasil. Foram desembarcadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, nesta terça-feira (22/3), 500 mil doses que serão destinadas ao mercado privado, especialmente clínicas.
O imunizante só deverá ser usado a partir de junho, prazo previsto para que a Câmara de Regulação de Medicamentos, órgão interministerial que avaliza os preços de remédios novos, determine o preço de venda do produto.
A Sanofi Pasteur informou que o processo de importação teve início a partir da aprovação da vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em dezembro de 2015. A fábrica de vacinas fica na região de Lyon, na França, e tem capacidade para produzir 100 milhões de doses por ano.Além do Brasil, a vacina está aprovada no México, El Salvador, Filipinas e Paraguai. A eficácia é de aproximadamente 66% contra os quatro sorotipos de vírus da dengue na população acima de nove anos, mas é necessária a aplicação de três doses em intervalos de seis meses.
Zika Vírus
A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, afirmou nesta terça-feira que o dinheiro solicitado pela organização para ajudar no combate ao zika nos países afetados pela epidemia ainda não está chegando como o esperado. Dos US$ 25 milhões solicitados para a OMS aos países membros, apenas US$ 3 milhões foram entregues até o momento. Outros US$ 4 milhões estão em negociação. Atualmente o vírus circula de em 38 países e territórios do mundo.
O dinheiro seria usado em esforços da OMS para, por exemplo, mandar especialistas aos países afetados e para organizar reuniões científicas. “O suporte financeiro ainda é um grande problema. Mas não podemos permitir que a falta de dinheiro seja uma barreira para fazer o que é certo”, disse em coletiva de imprensa realizada no início da tarde (horário de Brasília) desta terça por Chan e outros especialistas da OMS.
Descobertas científicas
Ela convocou a imprensa para atualizar sobre as últimas descobertas científicas em relação às má-formações fetais e outros problemas neurológicos relacionados à zika. Disse que pelo menos 12 países têm observado um aumento de casos de síndrome de Guillain-Barré associadas ao zika e que, além do Brasil, o Panamá também reportou casos de microcefalia em bebês gestados por mães contaminadas no próprio país.
Com o conhecimento atual, ninguém consegue prever se vai o zika vai se espalhar para outros países e causar má formação fetal e desordens neurológicas. Mas se esse padrão for confirmada além da América Latina e do Caribe, o mundo vai enfrentar uma crise severa de saúde
Margaret Chan
Com base nos dados fornecidos pelo Ministério da Saúde do Brasil, a OMS informou que espera que o número de casos de microcefalia no Brasil pode passar de 2.500. O cálculo foi feito com base no número de casos já confirmados (863), em relação aos suspeitos testados (2.212), o que dá 39%. No total o governo brasileiro considera que há 6.480 casos suspeitos, a maioria ainda sem teste.
“Se essa taxa continuar, esperamos que mais de 2.500 casos vão surgir de bebês com dano cerebral e sinais clínicos de microcefalia”, disse Anthony Costello, que chefia o departamento de saúde maternal, de recém-nascidos, crianças e adolescentes na OMS.
Os casos são considerados suspeitos quando o perímetro da cabeça é menor que 32%. Para confirmar a microcefalia, são necessários exames de imagem, por isso a diferença entre suspeita e confirmação. Mas a relação com zika no Brasil só foi apontada por testes laboratoriais em 97 dos casos confirmados.