metropoles.com

Câncer de mama metastático. Saiba o que fazer logo após o diagnóstico

Segundo as estatísticas, 30% dos cânceres de mama, mesmo diagnosticados em fases precoces, progredirão para uma metástase. Saiba o que fazer

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
iStock
Câncer de mama cicatriz
1 de 1 Câncer de mama cicatriz - Foto: iStock

Ouvir a palavra “câncer” da boca de um médico está entre os maiores terrores do imaginário humano. Apenas neste domingo (1º/10), 156 mulheres tiveram de lidar como podem com o primeiro impacto da doença. O número é a média diária de novos diagnósticos de câncer de mama, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Até o fim deste ano, a estimativa prevê que 57 mil brasileiras terão recebido a notícia nas redes públicas e privadas de saúde.

O primeiro dia do mês marca a largada oficial da campanha Outubro Rosa, mobilização mundial sobre prevenção e diagnóstico precoce da doença. Embora curável em quase 100% dos casos quando diagnosticada ainda em fase inicial, é sobre o tipo metastático – quando o tumor se espalha para outros órgãos do corpo – que entidades e especialistas têm dedicado atenção especial há alguns anos. A justificativa, eles dizem, é dar informação e amparo a um grupo de pacientes que não encontra na cura, mas, no melhor tratamento possível, a luz no fim do túnel.

“Ainda não conseguimos mudar a realidade do diagnóstico avançado”, avalia Luciana Holtz, psico-oncologista e presidente do Instituto Oncoguia, voltado a amparar pacientes e disseminar informações sobre o câncer. “Tem muita mulher com um carocinho esperando para fazer a biópsia, ou na fila para a mamografia. Tem muita gente também com medo de fazer o exame. E é óbvio que ninguém quer achar um câncer. Mas a mensagem do ‘achar pequenininho’ tem que ser propagada. Não ter medo de encontrar vai fazer toda a diferença”, continua a especialista.

Apesar dos avanços em tratamentos e diagnósticos, os especialistas calculam que cerca de 30% de todos os tumores de mama, mesmo os detectados precocemente, progredirão à metástase em algum momento.

Neste ano, junto à farmacêutica Pfizer, a um grupo de ONGs latino-americanas de combate ao câncer e à Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), o Oncoguia lança a campanha “Eu e meu câncer de mama metastático”. Além de ações educativas pelo Brasil, a ação conta com uma série de materiais impressos dedicados a guiar as mulheres nos primeiros passos após o baque do diagnóstico.

A lista inclui um folder com tópicos a serem abordados com o médico; um guia de preparação para a próxima consulta, com perguntas sobre diagnóstico, tratamento e preparação, e uma revista com textos e informações sobre a doença, emoções, trabalho e relacionamentos no convívio com o câncer.

“Às vezes as mulheres não sabem nem o que perguntar”, diz Luciana. “No Oncoguia, a gente escuta muito das pacientes que elas aprenderam a ter dúvida. É difícil, mas é importante saberem que aquilo é a vida delas, em como o tratamento vai impactar a rotina e que podem participar dessa decisão do que é melhor ou não em cada caso”, detalha a presidente da ONG.

É importante a paciente sair da posição passiva e assumir uma postura ativa, de negociação

Luciana Holtz, psico-oncologista, presidente do Instituto Oncoguia

Se você está passando pelo diagnóstico de metástase ou conhece alguém nessa situação, os três passos a seguir podem ajudar a vencer o impacto e se empoderar diante da notícia:

Busque uma rede de apoio, mas escolha bem:

iStock
A internet está cheia de informação. Nem tudo o que se encontra ali, no entanto, é verdadeiro ou servirá ao seu caso. “Me preocupo muito com a informação de blogueira”, afirma Luciana Holtz. “Claro que tem sua importância e relevância, mas ela está contando uma experiência pessoal. Precisa deixar claro que aquilo é dela e serviu a ela, mas pode não servir a outras pacientes. Essa diferença tem que ser feita”, continua. A recomendação da especialista é para que a paciente procure por fontes confiáveis: sites acadêmicos, de hospitais e de grandes veículos de comunicação.

Não tenha medo de perguntar sobre o seu tratamento:

iStock
Saber o que vai ou pode te acontecer a partir do diagnóstico vai acender uma luz sobre a sua situação. O seu médico pode informar, por exemplo, sobre as opções de medicamentos para o seu tipo de tumor; remédios ou alimentos que podem ajudar a suavizar os sintomas da medicação; o alívio para a sensação de fadiga; e se o tratamento será intravenoso ou não. Fazer uma lista com as dúvidas antes da próxima consulta pode ajudar a organizar as ideias.

Escolha com quem compartilhar o diagnóstico:

iStock
Nem todo mundo precisa saber de sua doença. Os especialistas recomendam que você escolha a quem contar e que respeite o seu tempo – não precisa ser tudo ao mesmo tempo. Ao contar para familiares e filhos, esteja preparada para todas as possibilidades de reações, inclusive a ausência dessas pessoas. O médico também pode te ajudar com indicações de profissionais e psicólogos especializados, que podem ajudar crianças a enfrentarem a nova situação em casa.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?