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Brasil tem 2.975 casos suspeitos de microcefalia

No último boletim epidemiológico do ano, Ministério da Saúde diz que ocorrências são de 656 municípios de 20 unidades da Federação. DF continua com as mesmas 11 suspeitas e um óbito informados no último balanço

atualizado

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Guga Matos/Estadão Conteúdo
Governo vai decretar emergência sanitária por surto de microcefalia em bebês
1 de 1 Governo vai decretar emergência sanitária por surto de microcefalia em bebês - Foto: Guga Matos/Estadão Conteúdo

O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (29/12) o último boletim epidemiológico do ano sobre microcefalia. Os dados foram copilados até o dia 26 de dezembro. Até o momento, foram notificados 2.975 casos suspeitos da doença em recém-nascidos de 656 municípios de 20 unidades da Federação. Também estão sendo investigados 40 óbitos suspeitos de microcefalia relacionados ao vírus zika.

Das 20 unidades da Federação com casos suspeitos, nove permaneceram com registros iguais ao boletim anterior divulgado na semana passada (22/12) — é o caso do Distrito Federal, com 11 registros e um óbito. Três estados (Tocantins, Minas Gerais e Mato Grosso) apresentaram diminuição e oito notificaram aumento.

Em 22 de dezembro, a Secretaria de Saúde do DF publicou nota. “Sobre a morte divulgada pelo Ministério da Saúde, a pasta esclarece que o bebê apresentava diversas malformações, entre elas a microcefalia, porém sem qualquer associação ao zika vírus. Portanto, este óbito não pode ser contabilizado como sendo relativo a este assunto.”

O maior número de casos foi registrado em Pernambuco (1.153), o que representa 38,76% do total do país. O estado foi o primeiro a identificar aumento de microcefalia. Em seguida, estão Paraíba (476), Bahia (271), Rio Grande do Norte (154), Sergipe (146), Ceará (134), Alagoas (129), Maranhão (94) e Piauí (51).

Em novembro, o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para dar maior agilidade às investigações, que estão sendo realizadas de forma integrada com as secretarias estaduais e municipais de saúde. Trata-se de um mecanismo previsto para casos de emergências em saúde pública que demandem o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública. Também está em funcionamento, desde 10 de novembro, o Centro de Operações de Emergência em Saúde, um mecanismo de gestão de crise que reúne as diversas áreas para responder a esse evento.

Mobilização nacional
Para a execução das ações do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, foi instalada a Sala Nacional de Coordenação e Controle para o Enfrentamento à microcefalia. O objetivo é intensificar as ações de mobilização e combate ao mosquito Aedes aegypti. Também serão instaladas salas estaduais, que contarão com a presença de representantes do Ministério da Saúde, Secretarias de Saúde, Educação, Segurança Pública, Assistência Social, Defesa Civil e Forças Armadas.

Atualmente, estão implantadas salas em 18 unidades da federação: Acre, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Tocantins, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Sergipe e Ceará. Outros quatro estados estão em fase de implantação da sala: Pará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e São Paulo. Os demais serão orientados pelo Ministério da Saúde para a implantação das salas.

Orientação
O Ministério da Saúde recomenda que as gestantes adotem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, além de se protegerem da exposição de mosquitos, mantendo portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

Também faz parte destas orientações o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico. O Ministério da Saúde reforça ainda a orientação de não consumirem bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem orientação médica e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.

Zika
Atualmente, a circulação do zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas.

O Ministério da Saúde capacitou mais 11 laboratórios públicos para realizar o diagnóstico de zika. Contando com as cinco unidades referência no Brasil para este tipo de exame, já são 16 centros com o conhecimento para fazer o teste. Nos dois próximos meses, a tecnologia será transferida para mais 11 laboratórios, somando 27 unidades preparadas para analisar 400 amostras por mês de casos suspeitos de zika em todo o país.

Com informações do Ministério da Saúde

 

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