Bolsonaro critica alarmismo: “Pessoa estressada perde imunidade”
Presidente participou de reunião virtual com prefeitos, neste domingo, para debater o combate à pandemia de coronavírus
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar o que chamou de “alarmismo” em relação à pandemia de coronavírus. Em reunião por videoconferência com prefeitos de capitais e grandes cidades, o presidente argumentou que acha necessário evitar no Brasil o clima de “agonia e estado de preocupação enorme” que há na Europa, pois, para ele, “uma pessoa estressada perde imunidade”.
O presidente fez o pronunciamento no início da reunião e depois deixou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, responder as questões técnicas, referentes a assuntos como a campanha de vacinação contra a gripe que será iniciada nesta semana.
“Há um alarmismo muito grande por parte da mídia. Alguns dizem que estou na contramão”, reclamou Bolsonaro aos prefeitos, que o acompanhavam pela internet. “Estou naquilo que acho que tem que ser feito. Posso estar errado, mas acho que deve ser tratado dessa maneira”, afirmou, para então dizer que o vírus, segundo ele, não assusta tanto no Brasil quanto na Europa.
“Não podemos nos comparar com a Itália. Lá o número de habitantes por km quadrado é 200. Na França, 230 [habitantes por km quadrado]. No Brasil, [são] 24”, avaliou, dando a entender que o contágio por aqui será mais brando. “O clima é diferente. A população lá é extremamente idosa”, concluiu.
O Brasil tem, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, 1.128 casos de coronavírus e já registrou 18 mortes.
O presidente tem feito um esforço para se mostrar otimista e confiante na superação da pandemia, o que tem criado um clima hostil entre o governo federal e governadores que defendem medidas mais restritivas à circulação de pessoas.