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As polêmicas do ministro da Saúde Ricardo Barros

Na semana em que o Datafolha apontou a saúde como a área que mais preocupa a população, a Lupa checou declarações do ministro

atualizado

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1 de 1 ministro da Saúde Ricardo Barros FM_Metrópoles - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Leitos hospitalares

Arquivo/EBC


“Poderíamos resolver tudo (atender à demanda por saúde pública) com 1.500 hospitais. Esse é o dado estatístico com base numa análise criteriosa de atendimentos.”

Ministro da Saúde, Ricardo Barros, em entrevista à revista Exame, em 21/9/2017
INSUSTENTÁVEL

A Lupa procurou a Organização Mundial de Saúde (OMS) para saber qual é a quantidade ideal ou média de leitos hospitalares por habitante, mas a entidade informou que não estabelece quantia fixa por conta das especificidades de cada país. O estudo Estatísticas de Saúde de 2014 mostra que o Brasil tinha média de 2,3 leitos hospitalares (públicos e privados) para cada mil habitantes entre 2006 e 2012 – taxa inferior à média mundial (de 2,7) e às da Argentina (4,7), Espanha (3,1) ou França (6,4), por exemplo.

A Lupa recorreu, então, ao Banco Mundial. A entidade fez uma avaliação do Sistema Único de Saúde (SUS) ao longo de 20 anos e concluiu que “os hospitais brasileiros são, em sua maioria, pequenos demais para atuar com níveis de eficiência adequados, sendo que 65% têm menos de 50 leitos”. O estudo não estipula um total ideal de leitos por habitantes.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) fez um estudo que mostra que o sistema inglês possui 2,8 leitos por mil habitantes, taxa próxima a do Brasil. Só que a população brasileira é três vezes maior do que a do Reino Unido. A OCDE também não sugere um número ideal de leitos para o Brasil.

Procurado, o Ministério da Saúde informou que fez uma estimativa levando em conta dados do Banco Mundial, OCDE e Sistema de Saúde Inglês. Segundo a pasta, 150 milhões de pessoas dependem do SUS. Assim, com 1.500 hospitais com 100 leitos cada, o atendimento seria pleno. O ministério não apresentou, porém, o estudo baseado em “análise criteriosa de atendimentos” que foi mencionado por Barros.

Diagnóstico por imagem

IStock


“80% dos exames de imagem no SUS (Sistema Único de Saúde) têm resultado normal.”

Ministro da Saúde, Ricardo Barros, na Brazil Conference, em 8/4/2017
INSUSTENTÁVEL

O ministro Ricardo Barros informou, por nota, que a origem da informação mencionada seria um levantamento feito a partir dos resultados obtidos nos exames realizados no programa Corujão da Saúde, da prefeitura de São Paulo. Segundo o ministro, 80% dos procedimentos feitos na força-tarefa teriam tido resultado normal.

Assim sendo, Barros se referia exclusivamente à cidade de São Paulo. Não dispõe de um dado relativo a todo o país.

Procurada, a prefeitura de São Paulo não soube informar se existia algum estudo sobre o assunto. O Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, maior entidade médica do setor e indicada pelo Conselho Federal de Medicina como uma fonte que poderia ter esse dado, disse desconhecer pesquisas nesse sentido.

Procurado novamente, o ministro mencionou que a informação veio do secretário municipal de Saúde de São Paulo, Wilson Pollara.

Farmácias populares

Elza Fiúza/Agência Brasil
“O Programa Farmácia Popular está mantido. Está em mais de 34 mil farmácias de todo o Brasil.”
Ministro da Saúde, Ricardo Barros, em vídeo postado no Facebook em 8/6/2017
EXAGERADO

Desde 2006, o Ministério da Saúde mantém dois programas simultâneos: o “Rede Própria Farmácia Popular” e o “Aqui tem Farmácia Popular”. Os dois, no entanto, vêm diminuindo sua abrangência.

Em março, o ministério fez um comunicado, informando que encerraria os repasses do programa “Rede Própria Farmácia Popular”. Ele funcionava em parceria com estados e municípios, financiando a distribuição de 112 remédios pelo país. Em 2016, chegou a possuir 517 unidades. Agora, no entanto, restam apenas 11.

O programa “Aqui tem Farmácia Popular”, parceria com farmácias e drogarias privadas e que só distribui 32 medicamentos gratuitos, também míngua. Até maio de 2017, havia 34.543 farmácias credenciadas. Esse total é inferior às 34.626 de 2015 e às 34.595 do ano passado.

Procurado, o ministério disse que decidiu mudar o modo como ocorria o repasse para a verba destinada às unidades próprias. Todo o recurso agora é repassado às prefeituras para compra de medicamentos e são elas que definem como distribuirão os produtos à população.

Mais Médicos

Mais Médicos/Divulgação


“(O programa Mais Médicos) Conta com 18.000 médicos.”

Ministro da Saúde, Ricardo Barros, à revista Exame em 21/9/2017
VERDADEIRO, MAS

Segundo dados públicos disponíveis para consulta na Sala de Apoio à Gestão Estratégica do Ministério da Saúde (Sage), em 3 de outubro, o Mais Médicos tinha 18.240 vagas autorizadas e 17.305 médicos ativos em municípios e distritos indígenas.

(Com reportagem de Nathalia Afonso)

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