Após pedido negado pelo STF, grávida faz aborto na Colômbia
Rebeca Mendes, de 30 anos, realizou procedimento com sucesso no país vizinho, onde a legislação ampara gestantes em situações de risco
atualizado
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Rebeca Mendes, brasileira de 30 anos, conseguiu realizar com sucesso um procedimento de aborto na Colômbia. Com nove semanas de gestação, a jovem enviou carta ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo interrupção da gravidez para evitar punições judiciais. Após ter a solicitação negada, ela viajou para o país vizinho a convite do Consórcio Latino-americano contra o Aborto Inseguro (Clacai).
Apoiada no Brasil pela ONG Anis – Instituto de Bioética, Rebeca já tem dois filhos, de 6 e 9 anos, e argumentou que não conseguiria levar a gestação adiante por não ter condições emocionais, financeiras e psicológicas de criar mais uma criança. A ministra Rosa Weber, a quem foi endereçada a carta, negou o pedido da jovem.
Rebeca foi a primeira mulher brasileira a enviar pedido de aborto seguro ao STF sem figurar nos casos de anencefalia, estupro ou risco de morte. Na Colômbia, a legislação que vigora desde 2006 libera o procedimento em três situações: quando há risco de dano à saúde física e mental da gestante, violência sexual e má formação do feto.O caso da brasileira foi categorizado pela lei colombiana na primeira situação, a de risco à saúde, que envolve desde estresse psicológico a situações que podem levar a grávida à morte.
“Aqui eu me senti muito amparada e recebi o apoio que não encontrei no Brasil, vindo de pessoas que não me conheciam, mas que ficaram sensibilizadas com o meu caso. Foi então que eu decidi fazer”, disse Rebeca ao jornal “O Globo” sobre sua passagem pela Colômbia para a realização do procedimento. A organização Profamilia custeou o aborto.