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Após críticas, Pazuello muda tom sobre vacinação: “Todos estamos ansiosos”

Confrontado por senadores, o ministro da Saúde afirmou que se referia à execução do plano e que fala “ficou fora de contexto”

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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira (17/12) que sua fala questionando a necessidade de “ansiedade e angústia” da população pela criação de uma campanha de vacinação contra o novo coronavírus foi “tirada de contexto”. O chefe da pasta se encontrou com senadores em sessão plenária semipresencial do Senado Federal, que teve início às 10h e seguiu até 13h30.

Na quarta-feira (16/12), durante o lançamento do governo federal do Plano Nacional de Imunização contra Covid-19, Pazuello questionou: “Pra que toda essa ansiedade, essa angústia?”. A fala gerou críticas entre os parlamentares presentes e tomou as redes sociais. Confrontado pelo senador Tarso Jereissati (PSDB-CE), o chefe da Saúde se desculpou.

“Minha posição era sobre a execução do plano, como se nós não tivéssemos toda expertise. [A fala] ficou um pouco fora de contexto. Em hipótese alguma acho que alguém não pode ter ansiedade e angústia sobre a pandemia que estamos vivendo. É só olhar na cara de cada um. Todos nós estamos ansiosos, todos nós estamos angustiados”, explicou-se o ministro.

Vacina e Bolsonaro

Ao chefe da Saúde, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) questionou o motivo da inserção da Coronavac no Plano Nacional de Imunização, mesmo com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sendo contra a aplicação da vacina chinesa. Para o parlamentar, a adesão do governo federal ao imunizante da farmacêutica Sinovac foi um “acerto”.

Pazuello respondeu que a preocupação de Bolsonaro não era exclusivamente com a Coronavac, mas com “vacinas importadas sem o registro”.

“Depois que houve a compreensão da fabricação da vacina com a tecnologia no Butantan, as coisas foram sendo construídas. O presidente já vinha colocando que todos nós deveríamos comprar todas as vacinas que estiverem disponíveis e a que tivermos acessos”, disse.

Kajuru também provocou o ministro da Saúde sobre o posicionamento de Bolsonaro em não querer ser vacinado contra o novo coronavírus. Pazuello, então, defendeu que “Bolsonaro está reforçando a voluntariedade, e não a obrigatoriedade [da vacina]”. “É uma visão, uma liberdade que o povo brasileiro sempre tem que ter”, argumentou.

Nove milhões de doses

Pelo planejamento do Ministério da Saúde, o país distribuirá 24 milhões de doses de vacinas (9 milhões da Coronavac) em janeiro. Além das doses da vacina chinesa produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, a pasta estima que, no primeiro mês de 2021, o país também receba 500 mil doses da Pfizer/BioNTech e 15 milhões da Oxford/Astrazeneca.

“A data exata é o mês de janeiro. Pode ser 18 de janeiro, 20 de janeiro. Mas só se pudermos compreender que o processo é que vai nos dar data e nos dar novo desenho. Isso tudo dependendo do registro da Anvisa, que é o que nos garante segurança e eficácia”, defendeu.

Em fevereiro, ainda conforme Pazuello, deverão ser entregues mais 500 mil doses da Pfizer, 22 milhões da Coronavac e outras 15,2 milhões da Astrazeneca.

No encontro com senadores, o titular da Saúde ressaltou que o governo brasileiro “não abre mão de nenhuma vacina” desenvolvida contra o novo coronavírus, mas afirmou que, neste primeiro momento, o cronograma do ministério está sendo moldado a partir das previsões de entrega dos imunizantes da Coronavac, da Astrazeneca e da Pfizer.

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