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Anvisa recomenda restrição de viajantes da África após nova variante

A Anvisa recomenda que sejam barrados voos e passageiros vindos da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue

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Michael Melo/Metrópoles
Avião pousa do aeroporto internacional jk em brasília
1 de 1 Avião pousa do aeroporto internacional jk em brasília - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a proibição, nesta sexta-feira (26/11), da entrada de voos e viajantes procedentes de países como África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue no Brasil, em razão da identificação de uma nova variante da Covid-19, a B.1.1.529.

A descoberta foi anunciada na quinta-feira (25/11), pelo virologista brasileiro Túlio de Oliveira, em entrevista coletiva on-line supervisionada pelo Ministério da Saúde da África do Sul.

As últimas informações veiculadas indicam que houve a notificação de 77 casos na África do Sul, quatro casos na Botsuana, um em Hong Kong (uma pessoa que voltou de uma viagem à África do Sul) e um em Israel (uma pessoa que voltou do Malaui).

“De acordo com a Lei nº 13.979/2020, compete à Anvisa emitir manifestação técnica fundamentada de assessoramento às decisões interministeriais sobre eventuais restrições para ingresso no território brasileiro”, pontua o governo.

A efetivação das medidas, contudo, depende de portaria interministerial editada pela Casa Civil, pelo Ministério da Saúde, pelo Ministério da Infraestrutura e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Conforme explica a equipe do instituto de pesquisa de Túlio de Oliveira, o KRISP, B.1.1.529 é potencialmente muito contagiosa e tem um número “extremamente alto” de mutações. “Podemos ver que [a variante] tem potencial para se espalhar muito rapidamente.”

Ainda não se sabe a eficácia das vacinas contra essa variante. “O que nos preocupa é que esta variante pode não só ter uma capacidade de transmissão aumentada, mas também ser capaz de contornar partes do nosso sistema imunológico”, disse o professor Richard Lessells, pesquisador da Universidade de KwaZulu-Natal, na África do Sul.

Países adotam medidas

Até o momento, pelo menos 10 nações europeias e asiáticas anunciaram a adoção de medidas restritivas a voos de países da África, devido à nova variante do coronavírus.

Reino Unido, Itália, Holanda, República Tcheca, França, Cingapura e Israel suspenderam voos dos países sul-africanos. Japão, Índia e Taiwan aumentaram os procedimentos de controle. Os bloqueios ocorreram após a reunião de emergência convocada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para discutir o problema.

O governo sul-africano criticou as medidas. A ministra das Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, disse que a preocupação imediata “é o dano que esta decisão causará tanto às indústrias de turismo quanto às empresas de ambos os países”.

A líder técnica da OMS, Maria van Kerkhove, pronunciou-se sobre a variante, na quinta-feira (25/11). A profissional ressalta que “ainda serão necessárias algumas semanas” para que se possa identificar exatamente qual o risco da nova mutação do Sars-Cov-2. A cepa causa preocupação principalmente pelas mudanças na proteína spike, usada pelo vírus para entrar em células humanas. Essa característica o torna potencialmente imune às vacinas.

O que diz o Ministério da Saúde

Em conversa com a imprensa na manhã desta sexta-feira (26/11), o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, afirmou que a nova variante é uma grande preocupação e que a pasta vai discutir o assunto, ao longo do dia.

“A OMS se manifestou recentemente sobre essa nova variante na África do Sul, é uma variante de preocupação. Estamos discutindo isso, juntamente com os técnicos”, frisou Cruz.

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