Anvisa rebate Doria: Coronavac não pode ser aplicada sem registro no Brasil
Ao Metrópoles, governador de SP afirmou que vacina poderia ser distribuída no país independentemente de aprovação da agência reguladora
atualizado
Compartilhar notícia
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rebateu as declarações do governador João Doria (PSDB) feitas ao Metrópoles sobre a possibilidade de a Coronavac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, ser aplicada na população sem ter sido registrada no país.
Em nota, a Anvisa afirmou que a distribuição do imunizante a partir da aprovação de agências de outros países “pode representar risco à população brasileira”. Uma das atribuições da Anvisa é justamente cuidar da regulação do setor de medicamentos no Brasil.
Em entrevista à jornalista Rachel Sheherazade, Doria afirmou: “Os critérios que a Anvisa tem são os mesmos de outras agências de vigilância sanitária que também estão avaliando a vacina Coronavac nos Estados Unidos, na Europa, sobretudo na Ásia. Se essas agências validarem a vacina, ela estará validada independentemente da própria Anvisa”.
Confira o trecho da entrevista:
A entrevista do governador levou a agência reguladora a emitir nota na qual destaca que “eventual aprovação de uma vacina pela autoridade regulatória da China não implica aprovação automática para o Brasil”.
O texto também rebate afirmação de Doria de que a vacina chinesa está sendo testada nos EUA e na Europa. “A vacina está sendo testada na China, Turquia, Indonésia e Brasil.” E acrescenta que, “mesmo após o registro em algum outro país, a avaliação da Anvisa é necessária para verificar pontos que não são avaliados por outras agências internacionais”.
Ainda segundo o texto da Anvisa, “o reconhecimento tácito da aprovação por outras agências para registro de vacinas aqui no Brasil não é previsto em lei e pode representar risco à população brasileira”.
A agência reguladora também afirma não ter recebido o pacote de informações completo para a avaliação da vacina. “Até o momento, a Anvisa recebeu somente dados pré-clínicos, que são dados anteriores aos testes com seres humanos, ao contrário do que foi afirmado de que dados referentes à fase 3 teriam sido entregues.”
Metrópoles Entrevista
O governador paulista também falou sobre a urgência da vacinação e a difícil relação com o governo federal, em entrevista exclusiva ao Metrópoles, concedida à jornalista Rachel Sheherazade. Veja na íntegra: