Alerta: Arritmias cardíacas causam 320 mil mortes súbitas por ano
Mais 20 milhões de brasileiros sofrem algum tipo de arritmia cardíaca
atualizado
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A receita do médico Jairo Rocha, arritmologista e eletrofisiologista, membro da Sobrac, é buscar hábitos saudáveis de alimentação, exercícios frequentes e controle de doenças como obesidade e diabetes. Mas, no momento da crise, a solução é tentar sentir o pulso quando os sintomas aparecem e procurar um especialista se verificar uma aceleração ou redução do ritmo. “A pessoa pode sentir desde palpitações, mal-estar, tontura e cansaços e ser uma arritmia benigna. Mas existem as malignas e essas podem levar a morte. Para saber se é grave ou não, o especialista tem que ver. Na grande parte das vezes, a arritmia é benigna mas tem que ter cuidado”, alertou Rocha em entrevista hoje (12), Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita.
O registro dessa alteração no coração deve ser feito, segundo o médico, por um aparelho chamado eletrocardiograma, que pode identificar alterações até fora das situações de crise em alguns casos. O ideal, segundo Rocha, é que, em caso de qualquer sintoma fora do normal, o paciente procure um hospital para fazer essa medição dos batimentos porque esse registro é fundamental para o diagnóstico do tipo de arritmia e tratamento.
Rocha lembrou o caso do zagueiro Serginho, jogador do São Caetano, que, aos 30 anos, caiu no gramado do Morumbi durante o jogo contra o São Paulo em outubro de 2004. “O caso do Serginho que caiu e teve morte súbita foi uma arritmia maligna. Nunca se deve fazer atividade física sem passar por um eletrocardiogama, que é fundamental”, disse. Segundo o especialista, com o diagnóstico é possível identificar casos benignos ou casos que podem ser controlados com uso de medicamentos ou tratados com intervenções médicas usando técnicas como a ablação. “Nos casos que não conseguem tratamento curativo e de controle ou quem já tem arritmia maligna genética e o risco é muito grande, a gente indica o marcapasso com desfibrilador acoplado. Esse equipamento detecta a arritmia e o marcapasso libera o choque salvando a vida do paciente. Se estivesse usando esse equipamento, Serginho talvez ainda estivesse aqui”, explicou.
Um dos tipos de arritmia é a fibrilação arterial, que atinge principalmente pessoas idosas e é uma das grandes responsáveis pelo aumento de casos de acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame. “Acima dos 60 anos, a incidência começa a aumentar e é responsável pelo maior número de AVC nessa população. Muitas vezes é assintomática, a pessoa tem e não sabe que tem. Com o eletrocardiograma você identifica mesmo sem a crise na hora”, disse. Apesar de destacar a faixa etária mais vulnerável, Rocha alertou que pessoas mais jovens podem sofrer com esse tipo de alteração da frequencia cardíaca e por isso devem redobrar atenções se identificarem qualquer alteração mais brusca.
Rocha explicou que, com o passar do tempo, a fibrilação pode evoluir para um aumento do coração ou facilitar formação de trombos no coração. “Tem parte do coração que não se contrai, como o sangue não consegue passar, ele começa a acumular, e sangue parado coagula. Esse coágulo pode entrar na circulação sanguínea e obstruir circulação podendo levar à trombose, embolia pulmonar ou ao AVC”, explicou o médico.