Saúde negocia 25 mil doses de vacina contra mpox: “Agora é vigilância”
Até o momento, não há registro da nova variante da mpox no Brasil, segundo Ministério da Saúde. Especialistas estudam eficácia da vacina
atualizado
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Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o Brasil vive uma fase importante de vigilância e monitoramento da doença mpox.
“Não há motivo para alarme e celeridade. O mais importante, neste momento, é a vigilância”, disse. “O Brasil não tem casos da variante 1b e estamos em nível de normalidade.”
Nesta quinta-feira (15/8), Trindade falou à imprensa sobre a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar ações de resposta à Mpox, conhecida anteriormente como varíola do macaco.
A coletiva aconteceu depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou emergência por conta do aumento de casos de contaminação com uma nova cepa do vírus mpox na República Democrática do Congo (RDC) e em um número crescente de países na África.
De acordo com Nísia Andrade, há apenas um laboratório que produz vacinas contra a mpox no mundo e o ministério negocia com Organização Pan-americana de Saúde (Opas) 25 mil doses de vacinação emergencial. Atualmente, no Brasil, há 49 mil doses da vacina.
Confira entrevista da ministra:
Sem insegurança
Apesar disso, segundo a ministra, a população não deve se sentir insegura. “A vacinação nunca será uma estratégia de massa para a mpox. Ela [a vacina] será usada, mas de forma muito seletiva”, explicou a ministra.
No grupo prioritário para receber o imunizante estão as pessoas que vivem com HIV/Aids e profissionais que atuam diretamente em contato com o vírus em laboratórios (pré-exposição).
Além desses grupos, também está prevista a vacinação para pessoas que tiveram contato direto com os fluidos e secreções corporais de casos suspeitos ou confirmados para a doença (pós-exposição).
Os especialistas ainda estudam a eficácia da vacina existente contra a nova cepa do vírus.
Saúde fala de casos no Brasil
Neste ano, o Brasil teve 709 casos confirmados ou prováveis da doença. O número diminuiu cerca 92,9% desde 2022, quando foram notificado mais de 10 mil casos, durante o pico da doença no país.
Desde então, foram registrados 16 óbitos, sendo a morte mais recente por mpox em abril de 2023.
O país tem menos de 1 caso por dia da doença, entre 20 e 25 registros por mês. A maior parte dos infectados são sexo masculino com HIV positivo.
Embora o Brasil apresente estabilidade de casos dessa doença, o COE será instalado de forma preventiva, para reforçar a vigilância e o planejamento relacionado ao tema e coordenar as ações de resposta no país.
A última Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional (ESPII) a para Mpox havia sido declarada pela OMS em julho de 2022 e encerrada em maio de 2023.