São Paulo seleciona mais voluntários para concluir testes de vacina chinesa
Queda da circulação do coronavírus no estado atrasou estudo, segundo secretário de Saúde do governo João Doria (PSDB)
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – O estudo em voluntários da vacina contra o coronavírus do laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan em São Paulo está atrasado porque o vírus está circulando menos no estado. A informação foi dada pelo secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. Gorinchteyn revelou ainda que novos voluntários serão selecionados para compensar esse atraso.
Em São Paulo, a vacina chinesa é testada em profissionais de saúde. “A circulação do vírus diminuiu. Além disso, o público que tomou a vacina é formado por profissionais da área da saúde, que tradicionalmente se protegem mais”, disse Gorinchteyn ao jornal paulista.
Pelo calendário previsto, até outubro, pelo menos 61 voluntários já teriam sido infectados, mas o número não foi atingido. É uma questão de estatística, para ver se os infectados tomaram vacina ou placebo e calcular a eficácia da fórmula.
O governador do estado, João Doria (PSDB), havia anunciado há duas semanas a criação de seis novos centros para testes, buscando manter o cronograma, mas o secretário revelou que o atraso foi inevitável.
O recrutamento de novos voluntários é coordenado pelo hospital Emílio Ribas e ainda não foi divulgado um novo cronograma.
Briga política
A vacina contra o coronavírus ultrapassou a fronteira da saúde pública e virou questão política no Brasil. O governo paulista fechou parceria com a China para produzir 40 milhões de doses da Coronavac e importar outras seis milhões de doses prontas.
O Ministério da Saúde chegou a assumir a conta desse contrato e se comprometeu a distribuir a vacina pelo SUS, junto com outras que venham a ficar prontas, como a inglesa de Oxford, mas o presidente Jair Bolsonaro vetou a negociação por questões ideológicas. No fundo, está uma disputa política entre Bolsonaro e o governador paulista.