São Paulo ganhará museus das favelas e das culturas indígenas em 2022

São Paulo – Em 2022, a cidade de São Paulo deverá ganhar dois novos espaços culturais: o Museu das Favelas e o Museu das Culturas Indígenas. O primeiro funcionará na Luz, região central, e o segundo na Água Branca, zona oeste da capital.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira (6/12) pelo governador João Doria (PSDB) e pelo secretário estadual de Cultura, Sérgio Sá Leitão. Serão investidos R$ 40 milhões.

O Museu das Favelas funcionará no Palácio Campos Elíseos e será administrado por uma organização social, definida por chamamento público. O projeto, entretanto, foi realizado em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa).

A espaço contará com 4 mil metros quadrados, exposições permanentes e temporárias, centro de referência e documentação, restaurante, café, biblioteca e auditório.

Já o Museu das Culturas Indígenas foi fruto de uma parceria com o Instituto Maracá e, de acordo com Leitão, também será administrado por uma organização social a ser definida por chamamento público. Ele ficará na Rua Dona Germaine Burchard, ao lado do Parque da Água Branca, e também exibirá restaurante, café, loja, auditório e biblioteca.

A orientação para as organizações sociais que vão gerir os museus é que os endereços contem com o maior número possível de colaboradores que representem o escopo da instituição – no caso do Museu das Culturas Indígenas, pessoas indígenas, no caso do Museu das Favelas, pessoas vindas de favelas.

“Nós estamos construindo estes museus com as comunidades, com os artistas, com os gestores, com os criadores desses grupos sociais”, afirmou o secretário.

Preto Zezé, presidente da Cufa, disse que “todos os atores da favela estão envolvidos, eles não estão como coadjuvantes, estão como protagonistas de sua própria história”.

“Ganha o mundo cultural de São Paulo, ganham os movimentos sociais. Muitas vezes a gente tem que brigar, mas às vezes temos que sentar e negociar nossos direitos. E hoje é um dia de celebrar essa conquista histórica”, comemorou.

Museu da Diversidade

Outro anúncio foi a ampliação do Museu da Diversidade Sexual, que existe desde 2012 na estação República do Metrô e traz foco na comunidade LGBTIA+.

Com a reforma, ele deverá ganhar também um espaço externo em algum imóvel ao redor da Praça da República. Atualmente, o museu ocupa uma pequena área na parte subterrânea do Metrô.

No passado, havia a possibilidade de transferir o Museu da Diversidade para um casarão na Avenida Paulista. Entretanto, de acordo com Sá Leitão, chegou-se a decisão de manter a instalação para concentrar os investimentos em conteúdo, e não em obras.

“O casarão da Paulista exige um investimento muito grande para restauro daquele palacete e construção de um anexo, porque o palacete é muito pequeno. Então acertamos que seria melhor manter na estação República, porque ali é um espaço muito importante para a comunidade LGBTQIA+ e dá a oportunidade de dialogar com um público amplo. Achamos que seria mais eficaz aumentar o espaço ali, e buscar um imóvel na superfície próximo daquela região para que haja uma sinergia”, afirmou o secretário.

O casarão na Paulista, de acordo com Doria, vai abrigar o Museu da Gastronomia.