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Salles: “Se óleo fosse dos EUA, esquerda faria um escarcéu”

Ministro do Meio Ambiente disse que o óleo tem diminuído gradativamente, mas não é possível saber quanto produto ainda afetará o litoral

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Salles
1 de 1 Salles - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

Ao comentar a situação das praias atingidas por óleo cru de petróleo, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, criticou governadores nordestinos e a esquerda. “Se o óleo fosse da Petrobras ou do governo do Estados Unidos, a esquerda faria o maior escarcéu da paróquia contra o governo. Como é da Venezuela, cada um olhou para um canto”, destacou.

Segundo o ministro, o óleo tem diminuído gradativamente, mas não é possível saber quanto produto ainda afetará a costa litorânea brasileira. As declarações foram dadas em entrevista ao programa Central Globo News, no canal de notícias Globo News, na noite dessa quarta-feira (30/10/2019).

Salles destacou que “o volume de óleo aparentemente vem reduzindo”. “A quantidade de pontos de toque na costa também está diminuindo. Há uma retração no volume de óleo que toca as praias. Não se tem o volume que foi despejado no mar. Por isso, não se pode falar em uma curva descendente”, destacou.

Nesta quinta-feira (31/10/2019), o Metrópoles mostrou que as manchas de óleo aumentaram 150% no último mês. Em 30 de setembro, o governo havia notificado 113 pontos poluídos. Já em 30 de outubro, o número chegou a 283 localidades.

A crise ambiental começou há dois meses. O primeiro estado a ser atingido foi a Paraíba. Atualmente, todas as nove unidades da Federação no Nordeste registraram pontos afetados.

Salles minimizou as críticas em relação a o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não ter ido ao Nordeste acompanhar a situação. Nos últimos 12 dias, o chefe do Palácio do Planalto esteve fora, em viagem pela Ásia e pelo Oriente Médio. “Vários governos do Nordeste são oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Eles tentaram criar um fato político para se contrapor ao presidente. Nós fizemos diferente”, ponderou.

O ministro continuou. “Há uma seletividade das informações que não condiz com a realidade. Estamos combatendo o óleo, não a narrativa. Nada do que qualquer um tenha anunciado foi feito sem a orientação do presidente Bolsonaro. A imagem de que alguém teve uma ação desconectada do presidente não existe”, concluiu.

O titular do Meio Ambiente destacou que o governo federal tem aplicado esforços no controle do óleo. “O governo não deixou de gastar recursos. É uma situação complexa, todos reconhecem”, avaliou.

Salles também apequenou o fato de ter atribuído o derramamento de óleo à ONG Greenpeace. Em publicação nas redes sociais, o ministro disse que o navio do “greenpixe” tinha passado, dias antes de as manchas aparecerem, pela costa afetada pelo petróleo cru.

“Eu não disse que foi o Greenpeace que jogou o óleo. Eu disse que fizeram barulho, foram ao Palácio do Planalto, fizeram um circo – e ajudar, que é bom, não fizeram. Passaram com o navio de pesquisa e não se dignaram a parar e oferecer ajuda, mesmo que fosse com pouco efeito. Não podemos deixar criarem narrativas”, frisou.

O ministro disse ainda que o país espera a ajuda internacional da Venezuela para identificar o possível navio que causou o acidente. Segundo ele, a Polícia Federal já tem fortes indícios do causador da tragédia. “Ninguém disse que a Venezuela é a responsável pelo acidente. O que queremos [saber é] quais foram os navios que se abasteceram em portos venezuelanos. Não recebemos essa lista até agora”, criticou.

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