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Salles diz que incêndios aumentaram por causa de calor; Ipam discorda

ONG estabelece relação entre desmatamentos e focos de incêndios

atualizado

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1 de 1 Ricardo-Salles3 - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Contrariando técnicos do Instituto de Pesquisas Ambiental da Amazônia (Ipam), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que o aumento no registro de incêndios no país tem como causa o “tempo seco, vento e calor”. Para a organização, no entanto, as queimadas seguem o rastro do desmatamento.

Dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que houve aumento de 83% no número de incêndios florestais no Brasil entre 1º de janeiro e 19 de agosto de 2019, em comparação ao mesmo período de 2018. Só neste ano, foram 71.497 queimadas, ante 39.759 no ano passado.

“Tempo seco, vento e calor fizeram com que os incêndios aumentassem muito em todo o país. Os brigadistas do ICMBIO e Ibama, equipamentos e aeronaves estão integralmente à disposição dos Estados e já em uso”, escreveu, no Twitter, o titular do Meio Ambiente na noite dessa terça-feira (20/08/2019). O presidente Jair Bolsonaro (PSL) retuitou a declaração.

Técnicos do Ipam, contudo, afirmam que, além da seca, o desmatamento tem grande influência no número de queimadas registradas no país. A Organização Não Governamental (ONG) estabelece, com base em dados, uma relação entre desmates e queimadas. “Quanto mais derrubada, maior o número de focos de calor”, destaca.

“Com a queda do desmatamento entre 2005 e 2012, os incêndios florestais arrefeceram. A retomada do desmate nos últimos anos, contudo, trouxe as chamas de volta e esfumaçou o cotidiano da população no campo e nas cidades. A relação entre desmatamento e fogo mostra-se particularmente forte neste ano de 2019”, explica o instituto.

Levantamento do instituto aponta, por exemplo, que os 10 municípios amazônicos que mais registraram focos de incêndios foram também os que tiveram maiores taxas de desmatamento. O Metrópoles publicou que Altamira, no Pará, é a cidade que mais desmata a Amazônia Legal. Em número de focos de incêndios, o município figura na segunda posição.

Veja tabela:

Os 10 municípios da Amazônia com maior número de focos de incêndio em 2019 e a área desmatada entre o período de janeiro e julho de 2019. Fonte: Ipam, com dados do INPE e SAD/Imazon.

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