Salgueiro e Acnur levarão refugiados para desfilar na Sapucaí
O grupo reúne pessoas da Angola, Marrocos, República Democrática do Congo, Síria e Venezuela e desfilará no dia 22 de abril
atualizado
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Neste ano, o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, em abril, contará com 20 refugiados de cinco nacionalidades, que desfilarão pela Acadêmicos do Salgueiro, escola que trará em seu enredo a resistência, a resiliência e as conquistas da população afrodescendente no Rio.
A presença dos refugiados será possível graças a uma parceria entre a Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados (Acnur) e o Salgueiro. Segundo a agência, “em prol de uma maior integração das pessoas refugiadas na sociedade brasileira”.
Os refugiados que participarão do desfile foram selecionadas pela Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro e pelas Aldeias Infantis SOS Crianças, organizações vinculadas à Acnur na capital fluminense. O grupo reúne pessoas da Angola, Marrocos, República Democrática do Congo, Síria e Venezuela.
Na noite do último domingo (27/3), os refugiados participaram do ensaio técnico na Sapucaí, que antecede o desfile oficial da escola, marcado para o dia 22 de abril. Eles desfilarão em duas alas, separadas em grupos de 10 pessoas: na Dom Obá II D´África e na ala que homenageia o projeto Afroreggae.
“Esta é uma oportunidade única para elevarmos a causa dos refugiados no Brasil, com uma mensagem de inclusão e solidariedade. O Brasil tem uma tradição no acolhimento das pessoas que precisam de proteção internacional […]”, afirma o representante do Acnur no Brasil, Jose Egas, que acompanhou pessoalmente o ensaio técnico.
Respeito às minorias
“Apesar de o enredo falar sobre a resistência preta, nós estamos pedindo respeito, valorização e reconhecimento a todas as minorias, o que inclui as pessoas refugiadas. O Brasil é um país que acolhe, mas que precisa dar oportunidade de crescimento a todos aqueles que chegam por aqui”, disse o presidente do Salgueiro, André Vaz.
No Brasil, há mais de 62 mil pessoas refugiadas, somando mais de 50 nacionalidades. Entre os principais países, estão a Venezuela (78%), Síria (7%) e República Democrática do Congo (3%), além de outros 150 mil pedidos da condição de refugiado em análise pelo Comitê Nacional para os Refugiados. No Rio de Janeiro, há 1.216 pessoas refugiadas e mais de 1.500 em todo o estado.