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Saiba quem é Rogério Andrade, bicheiro preso por morte de rival no RJ

Bicheiro foi preso na manhã desta terça-feira (29), no condomínio de luxo onde mora, na Barra da Tijuca, no Rio

atualizado

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Rogério Andrade e Fabíola Andrade em Bariloche
1 de 1 Rogério Andrade e Fabíola Andrade em Bariloche - Foto: null

Rogério Andrade é considerado o contraventor mais poderoso do Rio de Janeiro na atualidade. Ele foi preso na manhã desta terça-feira (29/10), no condomínio de luxo onde mora, na Barra da Tijuca, no Rio, após uma nova denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco-MPRJ).

De acordo com o órgão, o bicheiro mandou matar o rival Fernando Iggnácio, executado em novembro de 2020, em uma emboscada no Recreio dos Bandeirantes. Os dois travaram mais de 10 anos de guerra pelo espólio de Castor de Andrade.

Iggnácio foi executado a tiros de fuzil em um heliponto.

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Rogério Andrade e Fabíola Andrade em Bariloche
Rogério Andrade e Fabíola Andrade em Bariloche
O contraventor Rogério Andrade
O contraventor Rogério Andrade
O bicheiro Rogério Andradae
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A prisão do bicheiro Rogério Andrade

Reprodução/TV Globo
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Rogério Andrade e Fabíola Andrade em Bariloche

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O contraventor Rogério Andrade

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O contraventor Rogério Andrade

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O bicheiro Rogério Andradae

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O bicheiro Rogério de Andrade tem fetiche de ver a esposa, Fabíola de Andrade, transar com outros homens

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Bicheiro teve a prisão revogada pelo STF

Reprodução/Instagram
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Ele é apontado pelo MP como líder de uma organização criminosa

Reprodução vídeo R7

Contravenção em família

Rogério Andrade é sobrinho de Castor de Andrade, um dos mais importantes nomes do jogo do bicho do Rio de Janeiro. Depois da morte do tio, em 1997, após um ataque cardíaco, Rogério assumiu os negócios e ampliou não só a área de exploração do jogo do bicho, como o uso de máquinas caça-níqueis, bingos e cassinos.

Braço direito do tio, Rogério dividiu a herança de Castor com o filho do bicheiro, Paulo Roberto de Andrade, assassinado um ano após o pai, em 1998, e com o ex-cunhado, Fernando Iggnácio. Ele foi investigado como mandante dos dois crimes.

Menos de um ano após a morte de Iggnácio, em março de 2021, Rogério de Andrade foi denunciado pelo MPRJ pelo crime. Porém, em fevereiro de 2022, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria de votos, trancar a ação penal contra o contraventor, alegando falta de provas que demonstrassem o envolvimento dele como mandante.

“Em novo procedimento investigatório criminal, o Gaeco identificou não só sucessivas execuções protagonizadas pela disputa entre os contraventores Fernando Iggnácio e Rogério de Andrade, mas também a participação de uma outra pessoa no homicídio de Fernando: Gilmar foi o responsável por monitorar a vítima até o momento do crime”, diz o MPRJ.

Ainda em 2020, o Ministério Público Estadual descobriu que o escritório do crime – um grupo de matadores de aluguel – teria sido contratado por Rogério Andrade para matar Fernando Iggnácio.

As investigações mostram que integrantes do escritório do crime buscaram na internet informações para comprar uma metralhadora, capaz de romper a blindagem de veículos.

História no samba

Assim como o tio, Rogério Andrade nutre uma paixão pelo samba. Ele é um dos patrocinadores da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel – como Castor começou a fazer na década de 1970 -, e é tido como presidente da honra da agremiação.

De acordo com as investigações, o objetivo é, em parte, para exaltar o nome da família, e, em parte para ajudar a lavar o dinheiro da contravenção, como o tio fazia.

A família Andrade vem de uma longa linhagem de contraventores. O patriarca, Castor de Andrade, transformou o jogo do bicho em um império. Castor era conhecido como “capo di tutti capi”, que em italiano significa “o chefão dos chefões”, e era respeitado pelos seus pares e inimigos. Ele também foi patrocinador do Bangu Atlético Clube, que ao seu comando chegou a final do campeonato brasileiro de 1985.

Investigações

Rogério Andrade já esteve envolvido em diversas investigações. Em 1998, após a morte do primo Paulo Roberto, que também foi assassinado a tiros, a suspeita caiu sobre Rogério. Meses depois, a polícia identificou como autor dos disparos o ex-PM Jadir Simeone Duarte. Em depoimento, Duarte acusou Rogério de ser o mandante do crime.

Investigações da Polícia Federal apontam que a disputa entre os dois, entre 1999 e 2007, resultou em 50 mortes, algumas delas envolvendo policiais, acusados de prestar serviços para os contraventores.

Ele chegou a ser denunciado como mandante pelo Ministério Público na época, tendo Jadir Simeone Duarte como executor. Foi condenado pelo Tribunal do Júri em 2002 e posteriormente absolvido em 2013.

Andrade também foi alvo de diversos atentados, em um deles, uma bomba explodiu em um carro e matou o filho dele, em 2010. À época, o jovem Diogo tinha 17 anos. A situação aconteceu na Avenida das Américas, uma das mais movimentadas da Barra da Tijuca. O adolescente dirigia um carro de luxo, escoltado por outros dois, quando uma bomba explodiu enquanto o veículo estava parado no sinal.

O atentado, de acordo com as investigações, foi uma tentativa de matar Rogério. Pai e filho haviam acabado de sair de uma academia, a 300 metros do local do acidente. Rogério sofreu apenas uma fratura no rosto. Diogo morreu na hora.

Decisões favoráveis

O bicheiro também coleciona um histórico de decisões favoráveis do ministro Kassio Nunes Marques, como revelou o Metrópoles, por meio da coluna de Guilherme Amado, em abril deste ano.

Depois de assumir a cadeira deixada por Celso de Mello no STF, em novembro de 2020, nomeado pelo então presidente Jair Bolsonaro, Kassio já assinou quatro decisões e um voto que beneficiaram diretamente Rogério Andrade e um filho dele.

Em agosto de 2021, quando o bicheiro estava foragido da Justiça do Rio de Janeiro por supostamente ter ordenado a morte de Fernando Iggnácio, notório inimigo de Rogério Andrade, foi Kassio Nunes Marques quem revogou o mandado de prisão contra ele.

 

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