Saiba quem é Pedro Dominador, garoto de programa suspeito de chantagem
Fábio dos Santos Pita Júnior, conhecido como Pedro Dominador, foi preso e é acusado de chantagear um cliente no valor de R$ 73 mil
atualizado
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Fábio dos Santos Pita Júnior, de 26 anos, é apontado como chefe de uma quadrilha composta por garotos de programas do Rio de Janeiro que chantageava os clientes depois dos encontros. Seu nome popular era Pedro Dominador e tinha o costume de ostentar uma vida luxuosa nas redes sociais, apresentando-se como um empresário.
Suas postagens o revelam dirigindo uma BMW X1, SUV compacta de luxo, cujo valor aproximado é R$ 400 mil, em um hotel, na Zona Portuária do Rio, com a legenda “Prosperidade”. Ele também aparece na sacada de um hotel da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, em que a diária custa R$ 800. O garoto de programa também postou uma garrafa de vinho que consome cujo valor é de R$ 300. A presença em festas de luxo ao longo do carnaval também é ilustrada.
O garoto de programa foi preso, nessa quinta-feira (7/6), durante a operação realizada pela 21ª Delegacia de Polícia (DP) de Bonsucesso, em que 5 mandados de prisão foram cumpridos. A Polícia está investigando a forma como a quadrilha lavava o dinheiro e operava as chantagens. As investigações apontam que o grupo gastava o dinheiro dos clientes nessas ostentações. O bando vai responder por extorsão e associação criminosa.
Até o momento 5 homens reportaram que tiveram de pagar valores altos a Fábio, para não serem expostos, sendo que um deles deu um quantia maior que R$ 71 mil entre fevereiro e abril deste ano.
“Estamos investigando uma possível lavagem de dinheiro que eles obtinham”, afirmou o delegado Álvaro de Oliveira Gomes, titular da 21ª DP.
Segundo o delegado, as vítimas conheciam os garotos de programa em um site especializado. E, após o sexo em motéis, eles ameaçavam vazar vídeos, fotos, dados bancários e informações pessoais dos clientes.
Acusação do Ministério Público
A denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirma que Fábio teria sido contratado por meio de um site de relacionamentos pela vítima e que, dias depois do encontro, pediu dinheiro emprestado para o cliente, o qual negou.
Na sequência, a vítima recebeu diversas mensagens de um número desconhecido com imagens que continham seus dados pessoais, o nome da empresa de seu pai e o endereço de sua casa. Depois, recebeu uma ligação em que o interlocutor o acusava de pedofilia e ameaçava expor sua sexualidade aos pais, caso o dinheiro não fosse pago.
O MPRJ ainda afirma que a vítima transferiu R$ 2 mil para a conta bancária de outro denunciado, João Fernandes Nunes. Mesmo assim, um pouco depois, um novo número entrou em contato, encaminhando um vídeo da fachada de sua casa, junto com mais ameaças de revelação da sua sexualidade.
Com medo, o homem passou a realizar várias transferências para as contas de Fábio, João e dos outros três denunciados, Cynara Ferreira da Silva, Ronaldo da Silva Gonçalves e Carlos Henrique da Silva Paixão, no total de R$ 71.770 mil.
“A partir desse momento, mesmo bloqueando todos os números, outros surgiam e continuavam com os constrangimentos e ameaças, tendo a vítima, por temor, cedido e realizado diversas transferências, via Pix, para as contas indicadas, restando claro que todos os denunciados estavam em conluio, seja contatando e constrangendo a vítima, seja cedendo suas contas bancárias”, diz um dos trechos da denúncia feita pelo promotor Sauvei Lai.