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Saiba por que 15 girafas estão sob “tortura psicológica” em zoo no RJ

Acusação é do Fórum Nacional de Proteção e Defesa do Animal; bichos estão desde novembro de 2021 confinados em resort de Mangaratiba

atualizado

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Girafas BioParque
1 de 1 Girafas BioParque - Foto: Divulgação/PF

Rio de Janeiro – As girafas compradas no fim do ano passado pelo BioParque do Rio e mantidas inadequadamente em resort de Mangaratiba, no litoral sul, seguem em risco por serem constantemente “submetidas a tortura psicológica”, segundo acusação.

De acordo com a advogada Ana Paula Vasconcelos, do Fórum Nacional de Proteção e Defesa do Animal, apesar da determinação judicial de janeiro, para adaptação do espaço em que as quinze girafas vivem, a empresa do Grupo Cataratas não cumpriu o que foi pedido pela Justiça.

“Hoje, elas têm acesso a uma área de aproximadamente 900m², porém não está claro quantas horas por dia elas ficam nessa área maior e como é feito esse rodízio. Então, elas continuam confinadas e sem atender às determinações legais, que prevêem um espaço mínimo de 600m² para cada duas girafas”, afirma Vasconcelos.

Ainda segundo a advogada, as girafas, de vida selvagem, são submetidas diariamente ao estresse do confinamento e sofrem tortura psicológica. “A vida delas não mudou [de janeiro para cá]. Eles tentam domá-las esse tempo todo, mas são animais selvagens, que não estão, de forma alguma, acostumados a lidar com humanos”, aponta.

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As 18 girafas sofriam maus-tratos. Três morreram
PF fez uma operação dentro do Portobello Safári, em Mangaratiba
Os policiais prenderam dois homens que cuidavam dos animais
Animais estavam em quarentena no resort de Mangaratiba
Os agentes constaram várias irregularidades no local onde as girafas estavam alocadas
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Girafas que pertencem ao BioParque do Rio

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As 18 girafas sofriam maus-tratos. Três morreram

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PF fez uma operação dentro do Portobello Safári, em Mangaratiba

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Os policiais prenderam dois homens que cuidavam dos animais

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Animais estavam em quarentena no resort de Mangaratiba

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Os agentes constaram várias irregularidades no local onde as girafas estavam alocadas

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Animais tinham feridas pelo corpo

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Girafas foram trazidas da África do Sul para o Rio de Janeiro

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Determinação judicial

No dia 27 de janeiro, a juíza Neusa Regina Larsen de Alvarenga Leite, da 7ª Vara da Fazenda Pública, determinou que o BioParque teria 48 horas para começar obras de adequação do espaço para os animais e 30 dias para a finalização.

À época, a juíza afirmou: “De fato, as girafas não possuem local adequado para a sua permanência, impondo a realização das obras necessárias, com início em 48 horas a contar da intimação desta decisão e término em até 30 dias. Trata-se de vida, cujo ser não pediu para ser tirado de seu habitat para ser colocado em condições inapropriadas e degradantes”.

Como, na visão do Fórum, a decisão não foi cumprida e os animais seguem sob risco de vida, um pedido de habeas corpus foi agora impetrado na 10ª Vara Federal, onde o processo judicial já está em curso.

“Nós entendemos que a liberdade delas está sendo indevidamente cerceada. O direito delas está sendo violado. Então, pedimos a liberdade delas e que nos deem um prazo para indicar um local para serem levadas”, afirma Vasconcelos.

Girafas importadas da África

Dezoito girafas foram importadas da África do Sul para o Brasil pelo Bioparque do Rio em novembro de 2021, com aprovação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Em dezembro, no entanto, três delas morreram no local onde estavam para cumprir uma quarentena obrigatória, no resort Portobello & Safari, em Mangaratiba, no litoral sul do Rio. De acordo com o BioParque, o espaço teria fechado uma parceria técnica para “pesquisa, conservação e manejo” dos bichos.

A partir da morte, um ambientalista denunciou maus-tratos aos animais, sob alegação de que estariam confinados em baias pequenas e com limpeza precária, além de não terem acesso à luz do sol.

Em nota ao Metrópoles, o BioParque do Rio afirmou que “reitera a responsabilidade com as girafas e com o programa de conservação e informa que repudia qualquer caluniosa ilação sobre a prática de maus-tratos aos animais”.

Segundo o parque, as girafas estão “bem e evoluindo positivamente a cada dia” e confirmou a informação de que elas têm acesso a um ambiente de “60 a 900 metros quadrados, com progressão de acordo com o comportamento de cada indivíduo”.

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