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Saiba o que acontece com PRFs afastados após balearem jovem no Rio

PRFs foram afastados dos cargos, mas podem voltar à ativa antes dos 30 dias determinados pela corporação. MPF investiga caso

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1 de 1 montagem-foto-jovem-baleada-prf-rio - Foto: Reprodução

Camila de Cassia Silva Bueno, Leandro Ramos da Silva e Fábio Pereira Pontes, os três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Rio de Janeiro envolvidos na abordagem que terminou com um tiro na nuca de Juliana Leite Rangel, 26 anos, na véspera de Natal, foram afastados das atividades operacionais por um período de 30 dias.

Durante o período de afastamento e de investigação do caso, o superintendente da PRF no Rio de Janeiro, Vitor Almada da Costa, determinou o “imediato recolhimento de quaisquer armas de fogo da Polícia Rodoviária Federal que porventura não tenham sido apreendidas em sede da polícia judiciária e se encontrem com os servidores”.

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Vídeo feito após a ação mostra reação de familiares da vítima
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Vídeo feito após a ação mostra reação de familiares da vítima

Reprodução/Redes sociais

Além disso, o Núcleo de Saúde Integral do Servidor (Nusint-RJ) vai fornecer apoio biopsicossocial aos policiais, como parte da política da PRF para o acompanhamento de casos de grande impacto psicológico.

O objetivo principal da medida é proporcionar melhores condições de saúde para que os servidores possam retornar ao serviço operacional, se for o caso. Este tipo de assistência tem como propósito abordar as dimensões biológicas, psicológicas e sociais da saúde dos policiais rodoviários federais, reconhecendo que esses aspectos estão interligados e afetam o bem-estar geral.

Apesar disso, Camila, Leandro e Fábio podem ter o período de afastamento encerrado antes do prazo, caso seja realizada uma avaliação médica oficial que determine que os policiais possuem condições de saúde para retornar a ativa.

Investigação do Ministério Público

A atuação dos três agentes são apuradas pelo Ministério Público Federal (MPF), que instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC).

O MPF requisitou ofícios — instrumentos formais utilizados para coletar informações cruciais e garantir a preservação de evidências para a investigação do caso — aos seguintes órgãos e instituições:

  • Superintendência da Polícia Federal — A PF deve informar se tem conhecimento do incidente envolvendo os policias e o alvejamento da família de Juliana, assim como quais providências estão sendo tomadas pela corporação;
  • Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) — A corporação deve fornecer a identificação dos policiais rodoviários federais envolvidos na ocorrência, incluindo o(s) autor(es) dos disparos contra o carro da família, recolher imediatamente as viaturas envolvidas e as armas dos policiais com preservação total do estado em que se encontravam após o incidente e prestar informações sobre qualquer assistência prestada pela PRF às vítimas;
  • Hospital Municipal Adão Pereira Nunes — O hospital deverá prestar informações sobre o estado de saúde das vítimas, identificar integrantes da equipe médica que prestou os primeiros socorros, assim como a equipe responsável pelo acompanhamento do tratamento.

Ainda foram solicitadas as imagens da rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, no dia da ocorrência, entre as 20h e as 22h. Por fim, a Polícia Civil do Rio de Janeiro deve informar o MPF sobre a instauração do procedimento de investigação criminal.

Se a investigação do MPF identificar indícios suficientes de crime, o órgão poderá propor uma ação penal. Isso significa que o caso será levado à Justiça, e Camila, Leandro e Fábio poderão ser processados criminalmente.

Caso a investigação não encontre elementos suficientes para uma acusação formal, o MPF poderá arquivar o caso, indicando que não há provas suficientes para dar seguimento à ação penal. Nesse cenário, o procedimento é encerrado sem o oferecimento de denúncia.

Entenda o caso

Na noite de véspera de Natal, 24 de dezembro, Juliana Leite Rangel, de 26 anos, junto com o pai, a mãe, o irmão e a cunhada, seguia até a casa de uma das irmãs para a ceia. Entretanto, ao passar pela rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, todos foram surpreendidos por policias rodoviários federais, que efetuaram disparos de arma de fogo contra o carro da família.

Juliana foi atingida por um tiro de fuzil na nuca e o pai, da Silva Rangel, na mão. De acordo com a mãe de Juliana, Dayse Rangel, de 49 anos, os PRFs acusaram a família de estar atirando contra a viatura. Porém, ao perceber a aflição de Dayse, os policiais teriam se desesperado.

“Eles pegaram a minha filha e botaram a mão na cabeça, se jogaram no chão e começaram a bater no chão, ficaram andando de um lado para o outro, vendo a merda que fizeram com ela. Eles nem para socorrer a minha filha. Eles não socorreram”, relembra Dayse.

Juliana foi socorrida por policias militares que passavam no local e levada ao Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, onde segue internada em estado gravíssimo.

Ao Metrópoles a mãe de Juliana relatou que os policiais atiraram contra a família para matar e que era para todos que estavam no carro terem morrido. “Era para a gente estar todo mundo morto. Eles já deram tiros para matar todo mundo, cara. Te juro, eles alvejaram o carro, a gente abaixou, mas ela não abaixou. O tiro pegou na nuca dela”, relatou.

Segundo a mãe, os policiais, em nenhum momento, pediram para o carro da família parar.

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