Saiba como será vacinação contra a gripe, que começa nesta segunda
A 23ª campanha contra a Influenza vai de 12 de abril a 9 de julho. Ministério da Saúde pretende imunizar 79,7 milhões de pessoas
atualizado
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O Ministério da Saúde começa, nesta segunda-feira (12/4), a 23ª campanha de vacinação contra a Influenza, doença popularmente conhecida como gripe. Neste ano, o público-alvo abarca 79,7 milhões de pessoas.
Apesar de acontecer em paralelo à imunização para combater a Covid-19, a vacinação contra a gripe vai ocorrer normalmente em 2021. No entanto, o Ministério da Saúde recomenda que as pessoas do público-alvo das duas campanhas priorizem o imunizante contra o novo coronavírus.
O imunizante contra a Influenza deve ser tomado no mínimo 14 dias após a vacinação contra a Covid-19. Em nota, a Saúde frisou que uma proteção não substitui a outra, e ressaltou a importância da procura por ambos os fármacos. “Quem tomar a vacina contra a gripe não ficará imune contra o novo coronavírus”, afirmou o ministério.
De acordo com a pasta, para a campanha deste ano, foi investido R$ 1,2 bilhão na aquisição da vacina – pouco menos do que a quantia desembolsada em 2020, de R$ 1,208 bilhão. A meta do órgão é imunizar ao menos 90% dos grupos prioritários. Segundo a Saúde, no ano passado, 90,2% do público-alvo recebeu a proteção.
Público-alvo
Dividida em três etapas, a campanha vai até o dia 9 de julho. Na primeira fase, que vai de 12 de abril a 10 de maio, o objetivo é vacinar crianças de 6 meses a 6 anos, gestantes, puérperas, povos indígenas e trabalhadores da saúde. Segundo o ministério, 25,1 milhões de pessoas compõem esse grupo.
Na segunda etapa, de 11 de maio a 8 de junho, as secretarias de Saúde devem imunizar idosos com 60 anos ou mais e professores. O público desta fase abarca 32,8 milhões de brasileiros.
Na última etapa, de 9 de junho a 9 de julho, a estimativa é vacinar pessoas com comorbidades e com deficiências permanentes, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo e profissionais portuários.
Funcionários das forças de segurança e salvamento, das Forças Armadas, do sistema de privação de liberdade e a população carcerária (incluindo adolescentes em medidas socioeducativas) também serão imunizados na última fase. O público-alvo desta etapa é de 21,7 milhões brasileiros.
Veja o calendário completo:
Influenza e Covid-19
Daniel Amaro, especialista em imunologia e vacinação e professor do Centro Universitário de Brasília (Ceub), alerta para a importância da imunização contra a gripe. O docente afirma que, assim como o coronavírus, o vírus da Influenza pode deixar alguns pacientes assintomáticos. No entanto, algumas pessoas desenvolvem a forma grave da doença, desencadeando dificuldades respiratórias.
“Todo mundo que apresentar indícios da gripe vai começar com febre, dor de garganta, dor de cabeça. As pessoas com sintomas mais graves tendem a ter problemas respiratórios. Vai afetar principalmente o pulmão”, afirma Daniel.
“Muitas vezes, não é nem o próprio vírus que vai causar todo o problema em si, mas o vírus vai gerar uma debilidade do pulmão, que ficará aberto para outras bactérias. Elas podem causar pneumonia e, assim, constituir o que chamamos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que causa complicações. O problema é justamente a interação desse vírus no pulmão e, consequentemente, infecções que podem aproveitar desse estado”, explica o professor.
Outro fator importante para a vacinação contra a gripe é a alta nos índices de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) nos hospitais durante a pandemia. Amaro ressalta que, com a imunização contra Influenza, a chance de internação de pacientes com o vírus da gripe diminui, evitando maior obstrução das redes de saúde.
“Sem a imunização contra a gripe, podemos ter mais consultas e hospitalizações. Como a gente está tentando proteger principalmente aquelas pessoas que são mais suscetíveis a complicações com Influenza, o ideal é que elas fossem se vacinar para evitar internação”, frisa Amaro.
O especialista ressalta, ainda, a importância de estar atento aos sintomas das duas doenças, que são muito parecidos: febre, dor de garganta, tosse, dor de cabeça. “Não dá para identificar que tipo de problema temos só com base neles [sintomas]. O ideal é a pessoa procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para fazer um teste rápido de Covid-19. As UBS estão bem preparadas para receber as pessoas sem risco”, conclui.