Saiba como será o caminho de repatriação dos 32 brasileiros em Gaza
Grupo de brasileiros e parentes escapou da zona de guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas. Eles decolaram na manhã desta segunda
atualizado
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O grupo de 32 brasileiros e familiares viaja tanto por terra quanto por ar para retornar ao Brasil, após aprovação de autoridades para cruzar a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito. Eles decolaram em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), na manhã dessa segunda-feira (13/11), para escapar da zona de conflito da guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas, da Palestina.
A jornada começou na madrugada desse domingo (12/11), em deslocamento por um veículo fretado pelo governo brasileiro até a passagem de Rafah, no Egito. Com a imigração feita, o grupo seguiu até a cidade de Al-Arish, no Egito, onde houve pausa para o almoço — as crianças do grupo aproveitaram para correr uma praia. O percurso durou pouco mais de uma hora.
“Eles estavam presos, 35 dias. Chegaram aqui para a gente almoçar, e todo mundo correu na praia”, narrou Hasan Rabee, que está entre o grupo de brasileiros repatriados.
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De lá, os brasileiros e parentes seguiram para o Cairo, em outra viagem terrestre, essa de aproximadamente quatro horas e meia. Eles dormiram em um hotel, na capital do Egito, onde aguardaram pelo voo da FAB.
Conforme a previsão, grupo decolou em direção ao Brasil ao meio-dia (horário local e 7h no horário brasileiro).
Duas paradas técnicas estão previstas: uma em Las Palmas, na Espanha; e outra na Base Aérea do Recife, em Pernambuco, já no Brasil. Em princípio, a primeira parada seria em Roma, mas houve uma mudança de itinerário após a decolagem da aeronave.
De Recife, o avião VC-2 (Embraer 190), cedido pela Presidência da República, seguirá para Brasília, com pouso previsto para as 23h30, ainda na segunda.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou interesse em receber os repatriados na capital federal, mas isso dependerá do horário e da agenda dele, segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Apoio
Os ministérios estão mobilizados para apoiar os repatriados, segundo Vieira.
“Na chegada ao Brasil, há todo um esquema de recepção, após contato com as famílias ou até com outras famílias palestinas que queiram receber os palestinos”, comentou o ministro. Opções de abrigos também serão disponibilizadas para os repatriados ficarem “até o momento necessário”.
A pasta do Desenvolvimento Social e a Casa Civil estão organizadas para providenciar identidades, auxiliar em pedidos de refúgio, oportunidades de trabalho e acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Repatriação
Dos 32 passageiros neste voo de repatriação, 22 são brasileiros e 10 têm nacionalidade palestina. São 17 crianças, nove mulheres e seis homens a caminho do Brasil. A princípio, a lista tinha 34 nomes, mas duas mulheres da mesma família desistiram antes de cruzar a fronteira.
Mauro Vieira, das Relações Exteriores, ressaltou que os brasileiros em Gaza receberam apoio psicológico, e as mulheres “tomaram a decisão clara e tranquila de não embarcar”.
O Ministério das Relações Exteriores, conforme apurou o Metrópoles, estudava incluir mais brasileiros e parentes na lista para deixar a zona de guerra. Seriam adicionados cerca de mais 10 nomes. Questionado sobre isso, Vieira afirmou: “Outros casos que surjam serão trabalhados”.
A Operação Voltando em Paz repatriou mais de 1,4 mil pessoas e 53 pets.
Tentativas anteriores
Em mais de um mês de guerra, os brasileiros e familiares esperavam deixar mais cedo a Faixa de Gaza. Além dos outros nove voos de repatriação já concluídos pela FAB, a passagem de Rafah tem sido aberta para estrangeiros desde 1º de novembro, mas sofreu interrupções, incluindo na quarta-feira (8/11) e sexta-feira (10/11).
Segundo o ministro Vieira, representantes de Israel haviam firmado para quarta-feira a autorização dos brasileiros cruzarem a fronteira por Rafah, mas isso não se concretizou.
Na sexta, a lista com os nomes do grupo recebeu aprovação, mas eles não puderem realizar a travessia, já que a passagem de Rafah fechou após a forte presença militar de Israel ao redor dos hospitais em Gaza.