Sachsida: “Não é possível interferir no preço dos combustíveis”
Em audiência pública na Câmara dos Deputados, ministro de Minas e Energia disse que decisão sobre preço de combustíveis compete à Petrobras
atualizado
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Em meio à crise no comando da Petrobras, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, afirmou, nesta terça-feira (21/6), que não é possível interferir no preço dos combustíveis. A declaração foi dada durante audiência pública na Câmara dos Deputados, convocada pela Comissão de Minas e Energia.
Em oitiva aos deputados presentes na audiência, Sachsida reconheceu que o Congresso Nacional é “cobrado pela população” por melhorias no valor dos combustíveis. “É difícil a população entender por que o governo não interfere no preço dos combustíveis. E eu preciso ser claro: não é possível interferir no preço”, destacou.
De acordo com o ministro, o preço é uma “decisão da empresa, não do governo”. “Nós temos marcos legais que impedem a intervenção do governo uma empresa, mesmo o governo sendo acionista majoritário”, disse.
As declarações foram feitas em meio ao embate entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o Congresso Nacional contra a Petrobras, devido à elevação no valor da gasolina e do diesel. Na última sexta-feira (17/6), a estatal anunciou reajuste de 14,26% no diesel e de 5,18% na gasolina, nas refinarias.
Dias depois, o então presidente da estatal, José Mauro Coelho, anunciou renúncia ao cargo.
Durante a audiência desta terça-feira, o ministro Adolfo Sachsida afirmou que o Congresso Nacional teve papel fundamental, ao lado do Poder Executivo, na tomada de decisões para “amenizar os efeitos” da crise dos combustíveis.
“Existe, sim, um problema de tributação no preço dos combustíveis, e o governo federal está tentando resolver o problema, reduzindo os impostos. Com a ajuda do Congresso Nacional, estamos limitando a tributação de entes subnacionais. Medidas foram tomadas com o Congresso para amenizar os efeitos, como o auxílio-gás. Executivo e Legislativo estão trabalhando juntos para amenizar o efeito dessa crise à população”, declarou.
Mudanças na estatal
Após intensa pressão do governo que o nomeou há dois meses, José Mauro Coelho renunciou, na segunda-feira (20/6), da presidência da Petrobras. Ele foi substituído interinamente pelo até então diretor-executivo de Exploração e Produção, Fernando Borges.
Ao colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, Sachsida disse que o novo indicado do governo para a presidência da empresa, Caio Mario Paes de Andrade, deverá assumir “em dois ou três dias”.
Enquanto isso, circula no Congresso a ameaça da criação de CPI para investigar a política de preços da empresa – que segue paridade compulsória com valores internacionais desde 2017, graças a regras pró-mercado criadas no governo de Michel Temer (MDB).
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