1 de 1 Sabine Boghici
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Rio de Janeiro – A herdeira de Jean Boghici, presa acusada de aplicar um golpe milionário contra a própria mãe, arquitetou o esquema durante, pelo menos, quatro meses. De acordo com as investigações da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade, Sabine Boghici já mantinha contato com Rosa Stanesco Nicolau, também conhecida como Mãe Valéria de Oxossi, em outubro de 2019.
Em depoimento à polícia, a vítima contou que, na época, o caseiro de uma das residências da família, em Itaipava, Petrópolis, na Região Serrana do Rio, relatou diversas ligações e brigas de Sabine com uma “Valéria”: “Falava no telefone o tempo todo com uma mulher chamada Valéria e que elas brigavam muito e o dia inteiro”.
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Sabine é engajada na causa animal desde antes do falecimento do pai
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Investigações da Polícia Civil apontam que o grupo, que seria liderado por Sabine, roubou cerca de R$ 725 milhões em obras de arte, joias e dinheiro de Geneviève
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Sabine seria a líder de uma quadrilha que deu um golpe milionário contra a própria mãe
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Sabine Boghici foi presa acusada de aplicar golpe milionário contra a própria mãe, no Rio de Janeiro
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A operação localizou a obra Sol Poente, de Tarsila do Amaral, avaliada em R$ 250 milhões
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Polícia Civil cumpriu quatro mandados de prisão e 16 de busca e apreensão
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Filha da idosa foi presa na manhã desta quarta-feira (10/8)
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Quadros de renomados artistas são encontrados embaixo de cama
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Nesse período, Sabine tinha se mudado para a Itaipava, junto com alguns dos cachorros que adotou ao longo dos anos. Sem entender a motivação das brigas, no entanto, a idosa associou o nome a uma conhecida que mora em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Em janeiro de 2020, Sabine retornou para a casa da mãe, em Copacabana, zona sul da capital fluminense, e deu início ao golpe. Geneviève, de 82 anos, só associou os fatos após ser alertada pela polícia que Rosa era também conhecida como Mãe Valéria de Oxóssi.
Cárcere privado e ameaças
Viúva do marchand romeno Jean Boghici e mãe de duas mulheres, Geneviève sofreu um golpe avaliado em R$ 725 milhões e foi mantida em cárcere privado por uma de suas filhas durante um ano. Sabine Boghici articulou um plano para tirar dinheiro da mãe usando falsas videntes.
Ela convenceu Geneviève a levá-la ao seu apartamento para jogar búzios. Preocupada com a filha, a idosa concordou, por Sabine apresentar sérios problemas psicológicos desde a adolescência. O evento foi confirmado após o jogo e Diana disse que seria necessário levá-la para uma outra vidente, para que realizasse um trabalho espiritual.
Essa outra pessoa era Jaqueline Stanescos, também integrante da quadrilha. No entanto, ela levantou uma desconfiança em Geneviève ao perguntar sobre dinheiro e objetos de valor. Por esse motivo, a idosa foi levada para uma terceira vidente, Rosa Stanesco, a Mãe Valéria de Oxossi, que, por fim, conseguiu convencer a idosa a pagar pelo serviço.
Após duas semanas realizando transferências bancárias milionárias, Geneviève foi presa dentro de casa. Com o pretexto da pandemia da Covid-19, Sabine dispensou os funcionários que trabalhavam para a mãe, passou a controlar os telefones e a impediu de sair de casa.
Entre janeiro de 2020 e abril de 2021, a idosa foi ameaçada de morte, por vezes com uma faca em seu pescoço, e mal alimentada pela filha. De acordo com o delegado, Geneviève conseguiu fugir em 7 de abril de 2021, após ser deixada sozinha em casa. A idosa usou uma chave reserva que tinha para escapar.
A demora para denunciar o caso, no entanto, se deu por não querer denunciar a própria filha. No entanto, em janeiro deste ano, Geneviève decidiu contratar um advogado e denunciar o caso.
Golpe milionário
Ao longo do período em que foi mantida presa, Geneviève teve cerca de R$ 725 milhões em obras de arte, joias e dinheiro roubados pela quadrilha.
De acordo com a investigação, a idosa teve joias e três relógios da marca Rolex levados, o que, segundo ela, seria um prejuízo estimado em R$ 6 milhões. Além disso, o grupo movimentou cerca de R$ 5 milhões em transferências bancárias e roubou 16 obras de artistas renomados, como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. Destas, 14 foram recuperadas.
Confira as obras levadas, segundo as investigações:
1) O Sono, de Tarsila do Amaral: R$ 300 milhões;
2) Sol Poente, de Tarsila do Amaral: R$ 250 milhões;
3) Pont Neuf, de Tarsila do Amaral: R$ 150 milhões;
4) Ela, aquarela, de Cícero Dias: R$ 1 milhão;
5) Aquarela sem título, de Cícero Dias: R$ 1 milhão;
6) Desenho representando uma paisagem, 1935, de Alberto Guignard: R$ 150 mil;
7) Rue des Rosiers, de Emeric Marcier: R$ 150 mil;
8) Église Saint Paul, de Emeric Marcier: R$ 150 mil;
9) Porto de Pesca rem Hong-Kong, de Kao Chien-Fu: R$ 1 milhão;
10) Coruja ao Luar, de Kao Chi-Feng: R$ 1 milhão;
11) Retrato, de Michel Macreau: R$ 150 mil;
12) Mulher na Igreja, de llya Glazunov: R$ 500 mil;
13) Mascaradas, de Di Cavalcanti: R$ 1,5 milhão;
14) O Menino, de Alberto Guignard: R$ 2 milhões;
15) Maquete Para Meu Espelho, de Antônio Dias: R$ 1,5 milhão;
16) Elevador Social, de Rubens Gerchman: R$ 1,5 milhão.