Sabia que é possível ser dono de caixas eletrônicos nos Estados Unidos?
Brasileiros criaram plataforma que possibilita a compra dos equipamentos. ATM Club existe desde 2014
atualizado
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Somente bancos e operadoras podem ser proprietários de caixas eletrônicos no Brasil. Mas essa não é a realidade de todos os países. Nos Estados Unidos, por exemplo, é possível investir e estabelecer uma rede particular desses equipamentos.
A rentabilidade desse negócio atraiu dois brasileiros, Francisco Moura Junior e Nilo José Mingrone. Eles se empolgaram com a possibilidade de possuir Automated Teller Machines (ATM) – ou caixas eletrônicos – nos Estados Unidos e criaram o ATM Club.
A ideia do investimento surgiu após Migrone e Moura conversarem com um vizinho argentino que já aplicava o dinheiro em uma empresa parecida. Além da rentabilidade, o amigo ressaltou o fato de os ATMs quebrarem barreiras geográficas. “Nós queríamos abrir um negócio em que uma pessoa de qualquer parte do mundo pudesse investir.”
De acordo com Francisco, o modelo de negócio transmite segurança ao investidor porque não existem aportes mensais para cobrir eventuais riscos ou prejuízos, pois o giro é feito por meio das transações realizadas nos caixas.
“Nos Estados Unidos, quando uma pessoa retira dinheiro em um caixa eletrônico, ela paga uma taxa média de U$ 2,99 por saque. Cerca de 30% desse valor é transferido para o local onde o caixa eletrônico está instalado; outros 25% são utilizados para serviços de manutenção e administração; e o restante vai para o investidor. Dessa forma, o proprietário do caixa eletrônico receberá U$ 1,34 por transação”, afirma.
Presente em cidades como Orlando, Miami, Jacksonville, Nova York, Nova Jersey e São Francisco, o ATM Club tem uma rede hoje de aproximadamente 600 pontos de atendimento. Mas o investidor pode formar uma rede própria, dependendo do valor inicial aplicado.
“O valor por ATM é de U$ 10 mil: U$ 7,5 mil do ATM cobre a locação por cinco anos e os U$ 2,5 mil restantes é vão para o capital de trabalho – o dinheiro que circula”, ressalta Moura.
Para garantir a segurança no investimento, o dono pode acompanhar o desempenho dos caixas eletrônicos em tempo real, via internet ou por meio de um software.
Para a bancária Ana Lúcia Soares, antes de colocar o seu dinheiro em qualquer negócio, é necessário estudar bem aquele mercado. Ela avalia o ATM Club como uma opção inovadora, mas como qualquer investimento é preciso ler todas as cláusulas do contrato para evitar futuras dores de cabeça.
“Independentemente do negócio, é fundamental fazer escolhas que atendam suas expectativas e que tenham bom potencial de valorização”, conclui Ana Lúcia.
Por que investir nos Estados Unidos e não no Brasil?
Para Moura, o principal benefício de entrar no ATM Club é diversificar a carteira. Além disso, investir em diferentes moedas diminui os riscos de uma perda total do dinheiro. “O dólar, por exemplo, é uma moeda estável e confiável”, frisa.
Além disso, segundo o especialista, o mercado americano apresenta a maior e mais rápida recuperação em caso de queda. “Nós acompanhamos a retomada do ‘pós-pandemia’, por exemplo e, realmente, a velocidade de retorno foi muito grande”, frisa.
O especialista financeiro Leandro Araújo concorda e diz que em investimentos em moedas fortes – como dólar e euro – o risco acaba sendo no próprio negócio e não na valorização ou desvalorização da moeda. “Existem várias opções bastante seguras para se investir no exterior. Mas é preciso estudar muito e ter certeza de onde se aplica o dinheiro”, explica.