Russomanno diz que derretimento era “previsível”, mas crê no 2° turno em SP
Em queda forte nas pesquisas, candidato a prefeito da capital paulista credita mau momento ao pouco tempo de TV
atualizado
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São Paulo – O deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) afirma que já esperava cair nas pesquisas de intenção de voto para a prefeitura de São Paulo, mas sustenta a confiança em estar no segundo turno do pleito.
Levantamento XP/Ipespe divulgada nesta quinta-feira (29/10) mostra forte tendência de recuo de Russomanno, que caiu 5 pontos em relação ao levantamento anterior, consolidando Bruno Covas (PSDB), o atual prefeito, na liderança da corrida eleitoral.
“Não vou mudar nada, nossa campanha está ótima, mas nós temos pouco tempo de televisão”, disse o candidato durante caminhada pelo distrito de Cidade Tiradentes, no extremo leste da capital paulista, nesta quinta. “Isso já era previsível [a queda]. Quando você tem bastante tempo de televisão, é óbvio que você ganha espaço. A gente tem muita dificuldade em falar o que a gente quer fazer em 51 segundos”, complementou Russomanno.
Questionado pela reportagem sobre a ameaça crescente de Guilherme Boulos (PSol), que conta com menos da metade desse tempo na propaganda obrigatória (17 segundos), Russomanno também considerou “previsível”.
“É normal, porque ele tem o pessoal da esquerda que está se juntando em torno da candidatura dele. Também é previsível”, avaliou o candidato do Republicanos.
Boulos cresceu 4 pontos no levantamento da XP e chegou a 16%. Russomanno, que caiu 5, tem 22% e Covas, 27%.
Com ou sem Bolsonaro?
Abraçado ao presidente da República desde a pré-campanha, Russomanno tem tirado o espaço do padrinho à medida que caiu na corrida ao segundo turno.
O nome de Bolsonaro desapareceu dos jingles de campanha de Russomanno ao longo desta semana. O carro de som que o acompanhou pela Cidade Tiradentes, por exemplo, só repetia seu nome, número e a principal promessa: o auxílio paulistano, um programa de distribuição de renda que depende da renegociação da dívida da prefeitura com o governo federal.
“O presidente pode ajudar muito e trazer recursos”, disse o candidato, negando que o esteja afastando da campanha. “Ele vai participar”, completou, seco, sem dar detalhes.
Há a expectativa de que Bolsonaro grave uma mensagem de apoio a Russomanno para ser veiculada na propaganda do candidato nos próximos dias, mas não há confirmação.