RS: mulher presa por matar marido afirma que agiu em legítima defesa
Acusada de matar marido após a vítima ter negado sexo conta que foi atacada e agiu em legítima defesa. Mulher está em prisão domiciliar
atualizado
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Presa na madrugada do dia 7 de janeiro, em Canoas (RS), uma mulher de 24 anos acusada de matar o marido a facadas após a vítima ter negado relação sexual alega que teria agido, na verdade, em legítima defesa. O Metrópoles teve acesso ao depoimento dado pela suspeita à Polícia Civil, em que a mulher relatou ter sido atacada com uma faca pelo companheiro e que, após uma luta corporal, conseguiu se defender com a arma.
O que aconteceu?
- De acordo com o depoimento, a mulher e o marido, identificado como Tiago Santos da Silva, de 30 anos, começaram a discutir por volta das 4h da madrugada porque ela desejava ter relações sexuais, mas ele recusou;
- A mulher afirma que, após a discussão, se levantou para pegar água na geladeira. Momento em que Tiago pegou uma faca de “serrinha”, que estava ao lado da cama do casal, e se dirigiu até ela por trás;
- Ao perceber o ataque, a mulher teria se virado rapidamente e segurado a faca que estava na mão dele – momento em que cortou a mão. Ela relata ter segurado com força a lâmina da faca, “mas ele continuou segurando o cabo”;
- A mulher conta que, durante a luta corporal, conseguiu torcer a mão de Tiago, fazendo com que ele jogasse o corpo contra a ponta da faca, que teria atingido seu peito.
A acusada teria chamado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e tentado reanimar o companheiro com massagem cardíaca até a chegada da ambulância.
No depoimento, a mulher conta que mantinha um relacionamento com Tiago há cinco anos. Durante esse período ela afirma que foi agredida algumas vezes, inclusive com um garfo. Apesar das agressões relatadas após a morte dele, ela nunca chegou a registrar os fatos em uma delegacia.
Prisão domiciliar
Presa desde o dia 7 de janeiro, a mulher está em prisão domiciliar com monitoramento eletrônico, concedida durante a audiência de custódia. De acordo com a defesa, além de ser ré primária e não responder por nenhuma outra situação de violência, a mulher é mãe de uma criança de cinco anos.
Segundo os advogados, o caso se trata de legítima defesa. “A nossa cliente recebeu atendimento médico para tratar os ferimentos que tinha na mão. Um sinal claro de tentativa de defesa com o corpo. Ela tentou preservar a própria vida durante uma agressão”, afirma a advogada Thaís Constantin.